"Num mundo onde as visões conservadoras são consideradas controversas, devemos garantir que temos o direito de nos expressar livremente", declarou o rapper e magnata, que mudou legalmente o seu nome para Ye, no comunicado da Parler.
O valor da transação, que deverá ser concluída no último trimestre de 2022, não foi divulgado.
Kanye West esteve no centro das atenções nos últimos dias, primeiro por ter vestido uma t-shirt em público com o slogan "White Lives Matter" ("Vidas Brancas Importam"), uma distorção da famosa expressão "Black Lives Matter" ("Vidas Negras Importam") que simbolizou os protestos antirracistas de 2020 nos Estados Unidos; e, depois, por ter publicados comentários no Instagram e Twitter considerados antissemitas.
Como resultado, as suas contas em ambas redes sociais foram restringidas após essas publicações, que faziam referência a teorias da conspiração sobre a suposta influência da comunidade judaica. West foi também duramente criticado por comentários sobre George Floyd, considerando que a causa da morte do cidadão afro-americano deveu-se à presença de Fentanyl — um opióide sintético potencialmente fatal que tem provocado várias overdoses — no seu sistema e não à ação da polícia de Minneapolis.
"Ye está a dar um passo revolucionário no espaço mediático da liberdade de expressão e nunca mais terá de se preocupar em ser expulso das redes sociais", comentou o CEO da Parler, George Farmer. "Mais uma vez, Ye mostra que está um passo à frente da narrativa dos media tradicionais", acrescentou Farmer.
Lançada em 2018, a popularidade da rede Parler disparou depois de Trump ter sido permanentemente banido do Twitter após a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando o então presidente foi acusado de incitar os seus apoiantes à violência.
Em desacordo com as crescentes ameaças de violência e atividades ilegais nas redes sociais, a Apple e a Google rapidamente removeram a Parler das suas plataformas de download. Posteriormente, a Amazon Web Services (AWS) decidiu parar de hospedá-la nos seus servidores.
Esta rede, no entanto, voltou a ficar disponível na App Store em abril de 2021 e na Google Play Store alguns meses depois, em setembro.
A Parler define-se como "uma força motriz na luta contra as Big Tech, o Big Government, a censura e a cultura do cancelamento".
Em paralelo, a Truth Social, a rede lançada por Trump, foi novamente aprovada pelo Google Play Store na semana passada depois de concordar em atualizar a sua política de remoção de publicações que incitem à violência.
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