A operação de abertura da Lagoa ao mar, que este ano foi feita com recurso a duas máquinas retroescavadoras, arrancou cerca das 15:00 e só ficou concluída “por volta das 18:00”, explicou à agência Lusa o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha.
“O objetivo principal desta operação, que é a abertura da lagoa, está concretizado e, agora, esperamos que esteja aberta o maior número de dias possível, sendo que o ideal seria ela estar aberta durante algumas semanas”, disse o autarca.
Este ano, a Lagoa de Santo André apresenta “uma quota elevada” sendo, por isso, expectável que a ligação ao mar permaneça durante alguns dias.
“Este ano, a lagoa tem muita água. Há muitos anos que não tinha uma quota tão elevada e isso também ajuda. Como, neste momento, até já temos aqui um grupo de surfistas que se está a preparar para surfar a onda estática, isso significa que ela está a ganhar caudal e a ganhar força, o que é um sinal importante”, precisou.
Questionado sobre a possibilidade de repetir a operação, caso a lagoa não fique aberta ao mar por um período considerado suficiente para a renovação das espécies e das águas, o autarca considerou ser ”ainda prematuro” equacionar essa possibilidade.
“Daquilo que estamos a assistir vai haver claramente algum rejuvenescimento das águas. Quando a maré alterar, vai entrar a água salgada e, depois, veremos se isso se justifica, mas, neste momento, penso que é prematuro estar a fazer essa exigência”, considerou.
No entanto, o autarca referiu que existem “algumas questões”, como o assoreamento da Lagoa de Santo André que continuam a preocupar a comunidade local.
A lagoa “tem bastante areia e isso também tem vindo a prejudicar a forma como a abertura ao mar é feita, uma vez que a comunidade piscatória continua a considerar que deveria haver também uma máquina de rasto para empurrar a areia nas margens do canal”, afirmou.
Tal como em anos anteriores, a operação de abertura do canal, com largura e profundidade suficientes para permitir a ligação ao mar, foi acompanhada por centenas de pessoas que permanecem no areal até à conclusão do processo.
A operação contou com o apoio do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a colaboração da Capitania do Porto de Sines.
Esta operação acontece todos os anos por altura do equinócio da primavera e, além do espetáculo que a natureza proporciona, visa a renovação das espécies e a limpeza da água.
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