Segundo a fonte, e depois da repetição dos testes à covid-19, 94 utentes deram negativo e um deles inconclusivo, referiu.

Perante estes resultados, estes utentes, acomodados na ala norte e na creche da instituição, vão voltar para a ala sul, que foi descontaminada pelo Exército Português no passado domingo.

Depois de feita a transferência dos utentes de uns espaços para outros, o Exército vai proceder à descontaminação desses, processo que deverá estar concluído até ao final da semana.

Na terça-feira, a Câmara Municipal de Matosinhos confirmou que 19 dos 20 utentes transferidos na semana passada para o Hospital Militar do Porto, que haviam testado negativo para covid-19, estão, depois da realização de novos testes, infetados.

Estes utentes foram transferidos para o Hospital Militar não por estarem infetados, mas por serem dependentes e o lar não ter recursos humanos para lhes poder prestar os melhores cuidados de saúde.

Contudo, à chegada, a unidade hospitalar repetiu os testes, tendo 19 deles dado positivo.

"Não compete à câmara fazer considerações sobre as razões que possam explicar como estes utentes que estavam negativos passaram a positivos", adiantou.

Estes 20 utentes fazem parte de um grupo de 59 que, na semana passada, foram retirados do lar por terem testados positivo à covid-19 e serem dependentes.

Além destes 20 que foram para o Hospital Militar do Porto, 28, que testaram negativo e são dependentes, foram levados para o Centro de Neurointervenção da Cruz Vermelha, em Vila Nova de Gaia, e os outros 11, positivos, foram para o Centro de Apoio Comunitário de Matosinhos até recuperarem.

A opção visou não só por transferir os utentes infetados, mas também os dependentes, porque os recursos humanos do Lar do Comércio são insuficientes para prestar os cuidados de saúde adequados.

O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito à atuação do lar, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Também um familiar de uma utente, que morreu com covid-19, apresentou queixa contra a instituição pela alegada prática de vários crimes e requereu, ainda, a suspensão de funções dos órgãos sociais.

Na queixa, a que a agência Lusa teve acesso, José Neves pede ao MP o apuramento de factos que, da conduta da instituição e dos membros dos seus corpos gerentes e funcionários, "possam consubstanciar a eventual prática de qualquer crime, designadamente, de homicídio, propagação de doença, ofensas à integridade física, omissão de auxílio, entre outros, procedendo-se à respetiva abertura de inquérito para esse fim".

Portugal contabiliza 1.247 mortos associados à covid-19 em 29.432 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.