Depois de terem sido detetados seis casos da doença dos legionários no hospital já foram contactadas 160 das 800 pessoas que estiveram no internamento no referido período, tendo duas dessas pessoas sido aconselhadas a ir ao hospital, por poderem ter “alguns sintomas”, disse hoje o diretor clínico adjunto da instituição, Paulo Gomes.

Em conferência de imprensa o responsável deu conta que continuam internadas seis pessoas, as quatro detetadas no sábado, que “estão a evoluir bem” e as duas detetadas já no domingo, que têm “um quadro de pneumonia, mas sem sinal de gravidade” e que estão “estáveis”.

Paulo Gomes disse que os novos dois casos não surpreendem as autoridades do hospital, “bem como outros casos que possam vir a aparecer”, mas disse que o hospital, porque está a passar por um período de “hipervigilância”, com ajustes na desinfeção, é agora muito seguro para doentes e trabalhadores.

Na tarde de hoje o delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval, também tinha dito aos jornalistas que depois dos choques térmicos e químicos no hospital o “risco está imensamente diminuído” e que a situação é “muito mais segura”.

Depois de se ter reunido com a direção do hospital, Mário Durval disse não haver nenhuma evolução em relação ao que já tinha sido divulgado e que se mantém a ideia de que a origem do surto de “legionella” é supostamente no hospital e supostamente na rede de água.

“Estivemos reunidos para analisar toda a situação da rede e ver situações que puderam permitir esta falha”, saber que medidas estavam a ser tomadas e se eram necessárias mais, disse o responsável, explicando que é difícil manter um plano de manutenção de temperatura e de cloro de forma permanente (por haver vários fatores que o influenciam).

Mário Durval lembrou que foram interditados os duches, algo a que Paulo Gomes também se referiu, acrescentando que a medida é para continuar mais alguns dias.

Dos seis doentes um está internado nos cuidados intensivos, por precaução, disse também Paulo Gomes, explicando que ainda não foi possível estabelecer uma ligação entre os vários infetados (por exemplo terem estado todos no mesmo local) pelo que se está a “tratar o hospital como um todo”. E referiu que não há zonas circunscritas.

Paulo Gomes garantiu também que os protocolos de atuação em termos de desinfeção “são muito apertados” e que até agora não foi encontrada qualquer falha. E disse que o grande período de referência (de 06 a 26 de janeiro) tem a ver com a data de internamento do primeiro doente e a deteção dos primeiros casos.

No domingo Paulo Gomes já tinha admitido que as águas quentes sanitárias podiam estar na origem dos casos, já que não há torres de refrigeração no hospital.

A bactéria “Legionella pneumophila” é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.