Em declarações à agência Lusa, Alexandre Lourenço indicou que o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental informou já que existe um contrato de manutenção em vigor para os sistemas de refrigeração do hospital de São Francisco de Xavier, onde foram até ao momento diagnosticados 30 casos de doença dos legionários.
“Não será uma questão de falta de recursos financeiros para a manutenção. Existe um contrato de manutenção em vigor e não existiu nenhum percalço com esse contrato. Temos graves dificuldades financeiras nos hospitais, mas nestas áreas existem contratos de manutenção”, afirmou o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares.
Alexandre Lourenço considera que este surto de ‘legionella’ associado ao hospital São Francisco Xavier deve ser analisado como um caso isolado, adiantando que tem de se perceber o que aconteceu para “aprender com a situação e evitar que no futuro volte a ocorrer”.
O número de casos diagnosticados de pessoas infetadas com ‘legionella’ no hospital São Francisco Xavier subiu para 30, segundo informaram na segunda-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
Num comunicado conjunto enviado na segunda-feira à noite, DGS e INSA indicaram que até às 20:00 de segunda-feira “foram diagnosticados 30 casos de Doença dos Legionários com possível ligação epidemiológica ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) — Hospital de São Francisco Xavier”, mais um caso do que o anterior balanço.
Destes 30, dois morreram, também na segunda-feira, um teve alta e os restantes encontram-se internados. “Os doentes são, na sua maioria, idosos com fatores de risco associados, nomeadamente doenças crónicas graves e hábitos tabágicos”, indica o comunicado assinado pela diretora da DGS, Graça Freitas, e pelo presidente do INSA, Ricardo Jorge.
As duas entidades informam que “está em curso a investigação epidemiológica nas vertentes da vigilância da saúde humana e ambiental, a fim de apurar as circunstâncias que originaram o surto”, tendo sido realizadas vistorias técnicas aos equipamentos e às estruturas “potencialmente associados a fontes de transmissão”, trabalhos que vão “manter-se durante os próximos dias”.
A ‘legionella’ é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma pneumonia grave. A infeção transmite-se por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.
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