Vão ser ouvidos no parlamento o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, a administradora do Hospital Francisco Xavier, Rita Perez, e um responsável do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, disse à Lusa o presidente da Comissão de Saúde, José Matos Rosa.
José Matos Rosa referiu que hoje, após a audição do ministro da Saúde sobre o Orçamento do Estado para 2018, convocou uma reunião de coordenadores da Comissão de Saúde para discutir o tema da 'legionella', na qual estas audições foram decididas "com o acordo de todos os grupos parlamentares".
A data de 29 de novembro foi escolhida tendo em conta que nessa altura já será conhecido o relatório pedido pelo ministro Adalberto Campos Fernandes, adiantou.
"Aí, já estaremos habilitados. Só não fazemos mais cedo estas audições por falta do relatório e por causa do debate do Orçamento do Estado para 2018", justificou o presidente da Comissão de Saúde e deputado do PSD.
Matos Rosa frisou, no entanto, que o objetivo é também "fazer um ponto da situação em termos nacionais", e não só discutir os casos ocorridos no Hospital São Francisco Xavier, onde já 48 pessoas foram infetadas com 'legionella', e cinco morreram.
Hoje, no parlamento, o ministro da Saúde pediu desculpas às vítimas da infeção por 'legionella' neste equipamento público, considerando que as mesmas devem ser objeto de uma "reparação no âmbito da responsabilidade civil por quem possa não ter feito aquilo que devia ter sido feito".
Adalberto Campos Fernandes defendeu que as vítimas são credoras de um pedido de desculpas "do hospital, das empresas responsáveis pela vigilância, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo".
Há dez dias, na sexta-feira dia 03 de novembro, a Direção-Geral de Saúde (DGS) divulgou um comunicado dando conta de que tinham sido "diagnosticados, no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital S. Francisco Xavier, 8 casos de doença dos legionários".
Só na tarde do dia seguinte, quando o número de casos já tinha subido para 16, foi tornado público que havia 'legionella' no próprio hospital, detetada na sequência da recolha de "amostras em vários pontos dos circuitos de água", num segundo comunicado da DGS que referia terem sido "tomadas as medidas adequadas para interromper a possível fonte de transmissão".
Desde esse sábado, 04 de novembro, passaram-se nove dias e o número de pessoas infetadas ainda não parou de aumentar. Num balanço feito hoje às 12:30, a DGS comunicou que havia dois novos casos, fazendo subir o total para 48.
Desde o início deste processo, o Hospital São Francisco Xavier manteve-se a funcionar normalmente e com todos os serviços abertos.
A 'legionella' é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia.
A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.
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