O programa de comemorações foi divulgado hoje pela Câmara de Leiria e visa "a valorização de um dos mais importantes achados arqueológicos em Portugal", numa parceria entre a autarquia e a Direção-Geral do Património Cultural.
Uma conferência internacional em Leiria, uma exposição na Croácia, a produção de um documentário e o lançamento de um livro são algumas das iniciativas previstas até 2019.
Em dezembro, dias 15 e 16, o Museu de Leiria recebe um conjunto de palestras com conferencistas de renome internacional, como João Zilhão (Universidade de Barcelona, Espanha, e Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, Portugal), Erik Trinkaus (Universidade de Washington, St. Louis, EUA), Juan Luis Arsuaga (Universidade Complutense de Madrid, Espanha), Johannes Krause (Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, Alemanha), Eugénia Cunha (Universidade de Coimbra, Portugal) e Paul Pettitt (Universidade de Durham, Reino Unido).
A conferência "O Menino do Lapedo - 20 anos depois" compreende ainda visitas guiadas por especialistas ao sítio arqueológico do Abrigo do Lagar Velho, Monumento Nacional desde 2013. Em paralelo, será lançado um livro infantojuvenil sobre a história do "Menino do Lapedo".
As duas décadas da descoberta arqueológica também estão em destaque no estrangeiro, na exposição "The Lapedo child and other stories from Lagar Velho rock shelter", que é inaugurada em 02 de dezembro no Museu de Arqueologia em Zagreb, na Croácia.
A exposição fica patente até 24 de fevereiro e inclui dois filmes, que promovem o achado e o trabalho científico desenvolvido.
Nesse projeto desenvolvido para o Museu de Arqueologia em Zagreb, estará também em destaque a arte rupestre do Vale do Côa.
No âmbito das comemorações, foram realizados no verão deste ano novos trabalhos de campo no Abrigo do Lagar Velho, envolvendo uma equipa internacional e liderados pelo Laboratório de Arqueociências da Direção-Geral do Património Cultural.
O "Menino do Lapedo" foi encontrado em 1998, no Abrigo do Lagar Velho, no vale do Lapedo, freguesia de Santa Eufémia, a cerca de dez quilómetros de Leiria.
O esqueleto tem cerca de 29 mil anos e constituiu um acontecimento marcante no seio da paleoantropologia internacional, por se tratar do primeiro enterramento Paleolítico escavado na Península Ibérica.
Comentários