Além de ser uma possível explicação para o adiamento de ações do artista e inventor, a Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade pode ainda justificar a sua criatividade, segundo o investigador Marco Catani, do King's College London, no Reino Unido.
"Estou convencido de que a Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade é a hipótese mais plausível para explicar a dificuldade de Leonardo em acabar os projetos", afirmou, citado em comunicado pela instituição britânica.
De acordo com o investigador, "registos históricos revelam que Leonardo passava imenso tempo a planear projetos, mas tinha falta de perseverança".
A Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade é uma perturbação do comportamento que se caracteriza, nomeadamente, por incapacidade em terminar tarefas, dispersão de pensamento e inquietação.
Apesar de a doença estar identificada em crianças, o seu diagnóstico tem vindo a aumentar entre os adultos, incluindo estudantes universitários e pessoas com carreiras de sucesso, refere o comunicado do King's College London.
Marco Catani espera que o legado de Leonardo da Vinci possa mudar o estigma associado à Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade.
"O caso de Leonardo mostra que a Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade não está ligada a um Quociente de Inteligência baixo ou à falta de criatividade, mas à dificuldade em capitalizar talentos naturais", sustentou.
O artigo foi divulgado na publicação científica Brain.
Leonardo da Vinci, inventor, artista, engenheiro mecânico e cientista multifacetado italiano, morreu em 02 de maio de 1519, em Amboise, França, aos 67 anos.
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