Numa mensagem encontrada e traduzida pelo sítio norte-americano SITE, o egípcio Al-Zawahiri acusa o líder do outro grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, de o difamar.
A Al-Qaida, fundada pelo saudita Osama Bin Laden, está a disputar com o outro grupo, também designado pelo seu acrónimo árabe como Daesh, que derivou do ramo iraquiano, a liderança do movimento global dos combatentes que justificam a sua violência com argumentos religiosos, designadamente islâmicos.
Na sua mensagem, Al-Zawahiri, que tem 65 anos, queixa-se que Al-Baghdadi alega que a Al-Qaida se opõe aos ataques sectários aos xiitas e que estava preparada para trabalhar com líderes cristãos.
“Os mentirosos insistem nas suas falsidades, dizendo que não denunciamos os xiitas”, afirmou Al-Zawahiri, segundo a tradução da sua mensagem, que foi divulgada pela Al-Qaida.
Al-Zawahiri negou que tenha dito que os cristãos podem ser parceiros na governação do futuro califado islâmico, reconhecendo que apenas disse que aqueles poderiam tratar dos seus assuntos dentro deste.
“O que dissemos é que são parceiros na terra, como a agricultura, o comércio e a moeda, e que mantemos a sua privacidade nela, segundo as leis da nossa sharia” (lei islâmica), avançou.
E insistiu que não apelou a que os muçulmanos xiitas fossem poupados, mas sim que os ataques fossem focados nas forças iraquianas lideradas pelos xiitas e não em atrocidades feitas de forma fortuita contra civis.
“Disse-lhes várias vezes para acabarem com os ataques nos mercados, nos locais festivos e nas mesquitas e que se concentrassem nas forças militares, policiais e de segurança e nas milícias xiitas”, acrescentou.
Os dois grupos têm feito centenas de ataques a alvos civis, mas a propaganda da Al-Qaida reclama o uso de táticas menos indiscriminadas.
Al-Zawahiri também negou as acusações de Al-Baghdadi de que a Al-Qaida apoiou o antigo presidente egípcio, Mohammed Morsi, um islamita que tentou governar através do boletim de voto.
Admite-se que o líder da Al-Qaida, que assumiu a liderança depois de Bin Laden ter sido morto por ‘comandos’ norte-americanos em 2011, está algures no território fronteiriço paquistanês das zonas tribais.
Comentários