“O Papa queria conhecer o problema e a situação do meu povo”, disse Kopenawa, líder do povo Yanomami, aos jornalistas após um encontro privado com Francisco no Vaticano, segundo relatou a agência Efe.
Kopenawa entregou ao Papa uma carta na qual descreve a situação pela qual passam os indígenas brasileiros Yanomami.
O líder indígena sustentou que “há muitos políticos que não querem que Lula [da Silva] resolva as coisas” e que “ele é apenas uma pessoa e não pode resolver tudo” e por isso pediu ao Papa que lhe dê “apoio para reforçar o seu trabalho” em defesa dos povos originários do Brasil.
Kopenawa garantiu que o papa respondeu que “vai começar” a conversar com Lula da Silva sobre esta situação.
“O Governo anterior [do ex-presidente Jair Bolsonaro] estragou tudo. O novo Governo, que realmente conhece bem, que conhece a alma do nosso planeta, está tentando. Não vou dizer que vai consertar. Não vou dizer isto vai resolver, mas eles estão tentando começar”, acrescentou Kopenawa.
O líder indígena também lançou um apelo à comunidade internacional, “que tem dinheiro para impedir esta destruição do planeta Terra”.
Atualmente, o território indígena Yanomami sofre os efeitos das mudanças climáticas, e sobretudo do flagelo da mineração ilegal, que tem feito com que os seus quase 30 mil habitantes sofram fome, doenças e falta de assistência.
Para amenizar esta situação, o Governo do Brasil anunciou esta segunda-feira novas ações militares contra a mineração ilegal na área, localizada nos estados amazónicos de Roraima e Amazonas, na fronteira do país com a Venezuela.
O Papa Francisco já pediu, no dia 14 de março, que a comunidade internacional ouça os povos indígenas “para aprender com a sua sabedoria e o seu estilo de vida” em relação à proteção ambiental.
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