"Não há concelho no país com mais estradas limpas do que o de Mação", disse à agência Lusa o vice-presidente da Câmara Municipal daquele concelho do distrito de Santarém, frisando que, desde 2017, houve também um aumento do trabalho de promoção na limpeza em torno das aldeias.
Se antes dos fogos de 2017 registavam 200 a 300 notificações a proprietários para efetuar limpezas, um ano depois o número triplicou, vincou o também responsável pela Proteção Civil de Mação.
"Somos o concelho mais ardido de todos, mais atingido em percentagem de área, com incêndios extremamente intensos, mas sem qualquer vítima mortal. E isso aconteceu porque houve aqui um trabalho de preparação, com ‘kits' de autodefesa e com uma população que foi extraordinária [no combate]", disse à agência Lusa António Louro.
Para o vice-presidente da Câmara de Mação, as limpezas permitiram que os incêndios não entrassem com tanta violência dentro das aldeias, levando a um registo baixo de perdas de bens ou de feridos civis.
"As faixas de contenção, mesmo que não tenham segurado os incêndios, permitiram que os bombeiros circulassem entre as aldeias e deu-nos condições de segurança ímpares", frisou.
O vice-presidente da Câmara de Vila de Rei, Paulo César, afirma que também no seu concelho as limpezas que formam os anéis de segurança das localidades "estavam realizadas na generalidade das aldeias".
As limpezas, sublinha, não garantem que "não venha a arder dentro das aldeias" - até porque as matas que as rodeiam "não estão limpas" -, mas garante mais segurança e maior facilidade em salvaguardar bens e pessoas.
"Se as aldeias não estivessem minimamente limpas, tinha sido um pandemónio", salientou Paulo César, vice-presidente daquele município do distrito de Castelo Branco.
Em casos como Vale da Urra ou São João do Peso, aldeias grandes e com dispersão de habitações, "teria sido muito complicado salvaguardar os bens com mangueiras de regar quintais", notou.
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