"Lisboa conseguiu uma redução significativa das emissões de carbono, mas tem um compromisso político de atingir a neutralidade do ponto de vista carbónico" nos próximos anos, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), durante uma conferência de imprensa sobre a escolha da cidade para Capital Europeia Verde de 2020.
"Não obviamente as emissões zero [de carbono], mas significa o saldo zero entre aquilo que é emitido e aquilo que é capturado", esclareceu.
Lisboa venceu o prémio de Capital Europeia Verde de 2020, anunciou na quinta-feira o comissário europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella, numa cerimónia que decorreu em Nijmegen, na Holanda.
O autarca da capital referiu que o prémio "representa o reconhecimento de uma visão política que coloca a sustentabilidade económica, financeira e social, mas sobretudo a ambiental como elemento central” do “projeto para a cidade".
"Lisboa concorreu três vezes e é a segunda vez que chega à final. Estivemos na final no ano passado e este ano ganhamos", explicou à Lusa o presidente da Câmara de Lisboa.
Além do título, Lisboa vai receber também um incentivo financeiro de 350 mil euros da Comissão Europeia para avançar com o seu ano de capital verde.
O vereador do Ambiente, José Sá Fernandes, disse que o dinheiro vai ser usado "para a comunicação e para fazer algumas ações que permitam dar visibilidade" à cidade, mostrando que "sustentabilidade é em Lisboa".
Segundo a Comissão Europeia, o prémio é atribuído anualmente como reconhecimento pelos esforços das cidades com um plano para se tornarem amigas do ambiente, envolvendo a população na sustentabilidade ambiental, social e económica.
“As mudanças climáticas, o consumo excessivo, o desperdício de plástico e a perda de biodiversidade são grandes ameaças para as nossas cidades e o nosso futuro. É animador e inspirador ver uma liderança tão forte de Lisboa e de outros vencedores da Capital Verde da Europa”, afirmou durante a cerimónia o comissário europeu.
Lisboa levou a melhor sobre as outras cidades finalistas, Ghent (Bélgica) e Lahti (Finlândia), com o júri a salientar que a cidade portuguesa iniciou a jornada rumo à sustentabilidade durante um período de crise económica e que pode ser “uma inspiração e um modelo para muitas cidades da UE”, demonstrando que a sustentabilidade e o crescimento económico “andam de mãos dadas”.
O painel de peritos destacou ainda que a capital portuguesa é particularmente forte no domínio do uso sustentável dos solos, da mobilidade urbana sustentável (transportes), do crescimento verde e da inovação ecológica, da adaptação às alterações climáticas e dos resíduos.
“Lisboa foi a primeira capital na Europa a assinar o Novo Pacto de Autarcas para Mudanças Climáticas e Energia em 2016, depois de alcançar uma redução de 50% nas emissões de C02 (2002-14) ", acrescentou, elencando que a capital portuguesa também conseguiu "reduzir o consumo de energia em 23% e o consumo de água em 17% de 2007 a 2013”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, congratulou-se com a escolha de Lisboa para Capital Verde Europeia, em 2020, afirmando que será "uma excelente oportunidade" para se adotarem medidas que promovam a proteção ambiental.
O ministro do Ambiente também felicitou hoje a cidade de Lisboa e a autarquia pelo "trabalho excecional" que levou à sua escolha para Capital Europeia Verde 2020.
Até à data, dez cidades receberam o título de Capital Europeia Verde: Estocolmo (Suécia, 2010), Hamburgo (Alemanha, 2011), Vitoria-Gasteiz (Espanha, 2012), Nantes (França, 2013), Copenhaga (Dinamarca, 2014), Bristol (Reino Unido, 2015), Ljubljana (Eslovénia, 2016), Essen (Alemanha, 2017), Nijmegen (Holanda, 2018) e Oslo (Noruega, 2019).
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