“Esse significado é particularmente importante porque é este ano, em 2020, que nós temos de dar provas que queremos acabar com a guerra que a humanidade tem lançado contra a natureza. E esta guerra que a humanidade tem lançado contra a natureza é uma guerra suicida”, considerou António Guterres, que falava no Pavilhão Carlos Lopes, onde decorreram as cerimónias que marcam o arranque de Lisboa Capital Verde Europeia 2020.

O secretário-geral da ONU, enumerou três batalhas, que na sua ótica estão a ser perdidas: biodiversidade, preservação dos oceanos e inversão das alterações climáticas.

“É absolutamente indispensável inverter este estado de coisas e o ano de 2020 é um ano essencial para conseguirmos essa inversão”, defendeu.

No seu discurso, António Guterres notou que, por um lado, há uma mobilização “em todo o mundo” que é “particularmente esperançosa” para si, mas ressalvou que “continua a haver governos que dificultam a ação das cidades e a ação das regiões no sentido de conseguirem uma economia verde”.

“Se alguma coisa hoje faz falta no mundo é vontade política, a vontade política dos grandes emissores, dos grandes países que poluem o planeta em termos de emissões de efeito e estufa”, reforçou.

O secretário-geral da ONU realçou ainda que é “indispensável” que se deixem de construir centrais a carvão, que deixe de haver subsídios aos combustíveis fósseis e que “se ponha um imposto sobre o carbono e com esse imposto se possa diminuir impostos que hoje existem em relação nomeadamente aos rendimentos do trabalho”.

“Há que penalizar os que poluem e há que beneficiar os que trabalham”, acrescentou.