"Vamos continuar a acompanhar esta situação com toda a tranquilidade. Cabo Verde é um Estado de direito democrático, funciona no respeito pelas leis, estaremos disponíveis para dar toda as informações às autoridades angolanas que estão a fazer investigação", garantiu o ministro, em conferência de imprensa na cidade da Praia, para falar sobre as decisões do Conselho de Ministros.

Luís Filipe Tavares afirmou aos jornalistas que Cabo Verde é um Estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e um amigo de Angola, e assim vai continuar a ser.

"Em relação a este caso, e em todos os outros casos, Cabo Verde deve colaborar sempre. Nós temos um acordo de justiça no âmbito da CPLP. Cabo Verde colaborará sempre com as autoridades dos Estados-membros quando pedirem informações sobre o nosso país. Qualquer que seja o país, faremos isso com toda a tranquilidade", prosseguiu.

O chefe da diplomacia cabo-verdiana disse que Angola ainda não pediu qualquer informação, mas garantiu que o país está sempre disponível a colaborar com a justiça.

"É um Estado de direito democrático, temos de funcionar no quadro das leis e da nossa própria Constituição", acrescentou Luís Filipe Tavares.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, declarou na segunda-feira que o caso das revelações de transações suspeitas e esquemas alegadamente fraudulentos da empresária angolana Isabel dos Santos não interpela o Governo, mas afirmou que vai acompanhando o assunto "de uma forma interessada".

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de ‘Luanda Leaks', que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República angolana anunciou que constituiu Isabel dos Santos como arguida e admitiu que iria pedir um mandado de captura internacional, caso não fosse possível notificá-la.

Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político orquestrado para a neutralizar e sustentou que as alegações feitas contra si são "completamente infundadas", prometendo "lutar nos tribunais internacionais" para "repor a verdade".

Em entrevista à agência Lusa em outubro, na cidade da Praia, a empresária angolana disse ter investido cerca de 100 milhões de euros nos últimos anos na economia cabo-verdiana, primeiro nas telecomunicações e depois nas finanças.

Também afirmou que está a preparar um investimento na economia digital naquele país, um setor prioritário para o Governo cabo-verdiano.

Na quarta-feira, o Banco de Cabo Verde (BCV) anunciou que vai retirar "as devidas consequências" da inspeção em curso desde finais de 2018 ao banco BIC Cabo Verde (BIC-CV), participado pela empresária angolana Isabel dos Santos.

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, hoje na segunda-feira que o caso das revelações de transações suspeitas e esquemas alegadamente fraudulentos de Isabel dos Santos não interpela o Governo, mas afirmou que vai acompanhando o assunto "de uma forma interessada".

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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