O ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) tem estado na República Dominicana, mas chegou esta manhã a Madrid e foi detido no aeroporto, segundo o jornal El Mundo. Em causa está uma investigação aos dirigentes da RFEF por suspeitas de corrupção.
O canal de televisão La Sexta captou imagens do momento da detenção. Após descer do avião, Rubiales entrou numa carrinha da polícia, que o impediu de sair pela área dos passageiros do Terminal 1 do aeroporto.
Contudo, Rubiales já saiu em liberdade, uma vez que recusou prestar declarações às autoridades. Agora, espera convocatória da juíza Delia Rodrigo, do tribunal número 4 de Majadahonda (Madrid).
O que levou à detenção?
A 21 de março, a polícia realizou buscas na residência de Rubiales, em Granada, quando o antigo responsável máximo federativo, suspenso e indiciado por agressão sexual a uma futebolista da seleção feminina campeã do Mundo, estava ainda na República Dominicana. Nessa altura, foi referido que deveria apresentar-se às autoridades a 6 de abril.
Rubiales alega que a polícia agiu no âmbito de uma investigação judicial sobre contratos supostamente irregulares dos últimos cinco anos, nomeadamente o que permitiu transferir a Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita, para onde se deslocou a final-four desde 2020.
Esta aposta terá sido feita a troco de 40 milhões de euros por ano e foi intermediada pela empresa Kosmos, do antigo defesa internacional e ex-FC Barcelona, Gerard Piqué.
Depois da divulgação de gravações áudio de conversas entre Rubiales e Piqué, nas quais falavam de comissões no valor de vários milhões de euros, as autoridades espanholas iniciaram em 2022 uma investigação.
Rubiales garante que a RFEF “não pagou, não está a pagar e não pagará um único euro de comissão a ninguém por este acordo”, defendo a legalidade deste, tal como Piqué o fez em abril de 2022, revelando-se “orgulhoso” pela concretização do mesmo.
O rumo do caso Hermoso
O Ministério Público pediu dois anos e meio de prisão para o ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol Luis Rubiales por agressão sexual e coação no processo do beijo à jogadora Jenni Hermoso, segundo um documento conhecido a semana passada.
Os procuradores espanhóis pediram também condenações a um ano e meio de prisão por delitos de coação para o ex-treinador da seleção feminina de futebol de Espanha Jorge Vilda, para o antigo diretor de marketing da federação Rubén Rivera e para o diretor da seleção masculina, Albert Luque.
Estes pedidos de condenação foram enviados pelo Ministério Público ao juiz da Audiência Nacional espanhola que tutelou a instrução do caso e estão a ser divulgadas hoje por diversos meios de comunicação social em Espanha.
Além de uma pena de prisão, no caso de Luis Rubiales, os procuradores pediram que o ex-presidente da federação de futebol fique proibido de trabalhar no âmbito desportivo durante o mesmo tempo da condenação.
Os procuradores defenderam ainda que Rubiales fique proibido de contactar com Jenni Hermoso ou de estar a menos de 200 metros da jogadora durante quatro anos.
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