“Acho que está tudo decidido”, afirmou Miguel Albuquerque, numa conferência de imprensa destinada a anunciar a intensificação de medidas de prevenção na Madeira, na sequência da declaração pela Organização Mundial de Saúde (OMS) da situação de pandemia do Covid-19.
O governante considerou que estão reunidas “todas as condições para continuar a trabalhar na saúde pública com estabilidade” no arquipélago, depois da polémica que surgiu devido à nomeação do ortopedista Mário Pereira, ex-deputado do CDS no parlamento regional, muito contestada pelos diretores de serviços do Sesaram.
Trinta e três responsáveis chegaram mesmo a pedir a demissão do cargo.
Miguel Albuquerque disse que a nova escolha para a direção clínica “foi uma decisão que resultou do diálogo entre o secretário regional da Saúde da Madeira, os médicos e as direções clínicas”.
Contudo, admitiu que “nunca há decisões consensuais”, concluindo: “Penso que temos a situação resolvida”, referiu, acrescentando que foi “uma decisão do Governo Regional”.
A nomeação do ex-deputado centrista Mário Pereira, um dos parlamentares mais críticos da política do Governo Regional na área da Saúde enquanto deputado, para o cargo de diretor clínico do Sesaram gerou uma onda de contestação entre os seus pares.
Os diretores de serviço do Sesaram mantiveram várias reuniões e manifestaram o seu desagrado pela escolha, considerando ser de caráter partidário, devido ao Governo Regional da Madeira de coligação PSD/CDS, tendo 33 apresentado a sua demissão das respetivas direções clínicas.
Apesar da polémica, Mário Pereira tomou posse em 07 de fevereiro, apelando, juntamente com o secretário regional da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, ao “diálogo” e à “pacificação do setor”.
Mas, o braço de ferro manteve-se e Mário Pereira acabou por pedir a sua exoneração do cargo em 27 de fevereiro, alegando não ter conseguido “reunir o consenso imprescindível para a concretização, em pleno, dos objetivos propostos”.
Na quarta-feira, a RTP/Madeira anunciou que estava escolhido o novo diretor clínico, José Júlio Nóbrega, diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Sesaram.
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