Numa conferência de imprensa hoje realizada em Genebra, na Suíça, O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Jordânia, Dominik Bartsch, lembrou que cerca de 20.000 crianças já nasceram no campo, o primeiro a ter um centro de vacinação anti-covid-19 próprio.
Além disso, o campo de Zaatari conta com 58 centros comunitários e oito unidades de saúde.
O aprofundamento do conflito na Síria, país vizinho da Jordânia, e a consequente falta de segurança significa, para muitos dos refugiados no campo, a impossibilidade de voltar a casa num futuro próximo, observou Bartsch.
O representante do ACNUR sublinhou que “a população jordana tem sido uma referência no acolhimento de refugiados”, lembrando que o país abriga cerca de 675.000 de pessoas que fogem do conflito, segundo registos da agência da ONU.
De acordo com dados das Nações Unidas, na última década mais de 10 milhões de sírios deixaram as suas casas e fugiram da guerra civil para outros países ou para outras regiões dentro da Síria.
O acampamento Zaatari, a cerca de 85 quilómetros da capital jordana de Amã, tem importantes ligações comerciais e comerciais com a cidade vizinha Mafraq, “contribuindo para a economia e a sociedade da Jordânia”, adiantou Dominik Bartsch.
O representante do ACNUR salientou ainda que, apesar do relativo sucesso do campo de refugiados como local de acolhimento de longa duração, o local apresenta problemas de manutenção decorrentes de uma década de funcionamento.
“As caravanas, que substituíram as tendas em 2013, têm uma vida útil média de entre seis e sete anos, pelo que muitas delas necessitam de reparações urgentes”, explicou.
Só em 2021, cerca de 7.000 refugiados de Zaatari pediram ajuda para consertar os telhados, as janelas e as paredes das suas casas, referiu, destacando também a existência de problemas sérios no fornecimento de eletricidade ao campo.
Uma central solar ali instalada fornece a energia de que o campo precisa, mas apenas durante 11 horas e meia por dia, período que, durante o verão, é reduzido para nove horas, descreveu.
Por outro lado, dois terços das famílias refugiadas em Zaatari estão altamente endividadas e quase todas (92%, segundo pesquisas do ACNUR) confessam que precisam recorrer a medidas desesperadas para sobreviver, como reduzir as refeições diárias ou aceitar empregos em condições inseguras.
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