“Vão ser apeados nove sinos, entre as duas e as dez toneladas, os mais pesados da torre sul, vindo uma grua para o efeito”, afirmou o diretor do Palácio, Mário Pereira, à agência Lusa.
No final de outubro, foram também pela primeira vez apeados os sinos da torre norte.
Os sinos das duas torres estão a ser retirados para serem analisados e restaurados, num investimento de 1,5 milhões de euros.
“É historicamente importante, porque o carrilhão foi sendo intervencionado ao longo destes séculos, mas os sinos grandes são retirados pela primeira vez desde 1730”, explicou o diretor.
Na torre norte, já começaram a ser instalados o relógio e respetivos autómatos, depois de restaurados, seguindo-se mais tarde os sinos.
A empreitada de requalificação dos sinos e carrilhões do palácio, onde houve interdições de circulação por ameaçarem cair com o mau tempo do último inverno, começou no início do verão.
As obras arrancaram depois de ter sido dado o visto do Tribunal de Contas para a assinatura do contrato de consignação com o empreiteiro, a empresa Augusto de Oliveira Ferreira Lda., de Braga, e de os ministérios das Finanças e da Cultura terem autorizado a repartição, por 2018 e 2019, dos encargos, no valor de 1,5 milhões de euros.
O concurso público tinha sido lançado em novembro de 2015.
O Governo reconheceu a “urgente necessidade de proceder à reabilitação” dos sinos e carrilhões “face ao avançado estado de degradação”, assim como os “riscos de segurança não só para o património em si, como para os utentes do imóvel e transeuntes da via pública”.
Os sinos, alguns a pesarem 12 toneladas, estavam presos por andaimes desde 2004, para garantir a sua segurança, e as respetivas estruturas de suporte, em madeira, se encontrarem apodrecidas.
Por isso, os carrilhões de Mafra foram classificados como um dos "Sete sítios mais ameaçados na Europa", pelo movimento de salvaguarda do património Europa Nostra.
Os dois carrilhões e os 119 sinos, repartidos por sinos as horas, da liturgia ou dos carrilhões, constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do palácio de Mafra.
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