A resolução adotada por ocasião do primeiro ano da guerra, que começou em 24 de fevereiro de 2022, foi aprovada hoje em plenário com 444 votos favoráveis, 26 contra e 37 abstenções, e exorta os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) a prolongar a “assistência militar à Ucrânia durante o tempo que for necessário”.
Os eurodeputados propõem que os países “considerem seriamente a entrega de caças e helicópteros, sistemas de mísseis apropriados e um aumento substancial na entrega de munições a Kiev”.
“A Ucrânia não só tem de conseguir defender-se sozinha, como também tem de recuperar o controlo de todo o seu território reconhecido internacionalmente”, acrescenta o parlamento na resolução.
A poucos dias da apresentação do 10.º pacote de sanções contra a Rússia e depois de desvendadas partes deste ‘bloco’ que pretende atingir a economia russa e de países, como o Irão, que prestam apoio ao Kremlin (Presidência russa) na invasão, o Parlamento Europeu pediu também a adoção de sanções mais pesadas que bloqueiam quaisquer tentativas de Moscovo de as contornar.
Em simultâneo, os eurodeputados querem que os bens russos congelados e apreendidos desde o início da guerra sejam canalizados para a reconstrução da Ucrânia, naquilo que apelidam de um esforço para “compensar as vítimas da guerra”.
A resolução inclui também um ponto dedicado à necessidade de a UE trabalhar para começar as negociações de paz entre Kiev e Moscovo, uma ideia que apesar de não ter sido afastada faz cada vez menos parte do discurso dos principais intervenientes.
Do lado de Moscovo, e segundo fontes ocidentais, é expectável uma grande ofensiva no início da primavera e uma resposta ao envio de tanques Leopard 2 de última geração, reação que já foi sugerida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, no início deste mês.
Já o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, tem insistido na necessidade de armar a Ucrânia o suficiente para aguentar uma nova ofensiva de Moscovo, uma ideia que tem sido partilhada pelo Alto-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e pela generalidade dos Estados-membros da NATO, entre outros.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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