“Enquanto cidadãos preocupados que acreditam no poder da ciência para melhorar as nossas vidas e a nossa relação com o planeta, imploramos que votem a favor das novas técnicas genómicas, alinhando as vossas decisões com os avanços do conhecimento científico”, lê-se na carta aberta.
Os subscritores da iniciativa, coordenada pela organização WePlanet, consideram que “agora, mais do que nunca”, é preciso “ultrapassar a ideologia e o dogmatismo”.
“Nestes tempos de crise climática, perda de biodiversidade e insegurança alimentar renovada, uma abordagem científica e baseada em provas é essencial em todos os aspetos”, prosseguem os autores.
E explicam: “O melhoramento convencional de culturas resistentes ao clima (com cruzamento de certas características, seleção subsequente e retrocruzamento para eliminar as características indesejáveis) é demasiado moroso. Demora anos, décadas até. Não dispomos desse tempo numa era de emergência climática”.
“Há também muitas plantas que, devido às suas características genéticas específicas, são muito difíceis de reproduzir por meios convencionais, como as árvores de fruto, as videiras ou as batatas. E acontece que estas culturas requerem a maior parte dos pesticidas nocivos utilizados na União Europeia para proteção contra pragas e doenças”, lê-se no documento.
Os especialistas indicam que, “tal como acontece com a resiliência climática, as novas técnicas genómicas “podem melhorar drasticamente esta situação”.
“As novas técnicas genómicas ajudam a tornar as plantas cultivadas resistentes às doenças através de edições precisas e direcionadas do seu código genético, tornando assim possíveis os nossos objetivos ambiciosos e vitais de redução dos pesticidas, ao mesmo tempo que protegem os rendimentos dos agricultores”.
E sublinham: “Não é de surpreender que muitos dos agricultores europeus que trabalham arduamente – incluindo um número crescente de produtores biológicos – sejam apoiantes entusiásticos das novas técnicas genómicas”.
Os autores defendem que os métodos de melhoramento rápidos, direcionados e favoráveis devem ser acrescentados à caixa de ferramentas dos melhoradores de plantas.
“O projeto de lei sobre a regulamentação das plantas NTG [Novas Técnicas Genómicas] é, por conseguinte, um passo importante que apoiamos tendo em conta a nossa missão de reforçar a sustentabilidade ambiental na alimentação, agricultura e energia. A utilização responsável das NTG que a legislação poderá desbloquear pode contribuir significativamente para a nossa busca coletiva de um futuro mais resiliente, ambientalmente consciente e com segurança alimentar”, adiantam.
Os subscritores avançam que estas técnicas “extremamente promissoras para uma agricultura sustentável, uma maior segurança alimentar e soluções médicas inovadoras” também se podem traduzir em “novos empregos e numa maior prosperidade económica”.
Um relatório recente, revelam, “mostrou que a não autorização das NTG poderia custar à economia europeia 300 mil milhões de euros por ano em ´benefícios perdidos` em vários setores. Este é o custo de dizer ´não` ao progresso científico”.
Os cientistas encorajam o Parlamento Europeu a “dialogar com a esmagadora maioria dos agricultores e peritos genuínos e não com os lobistas reativos anticiência da bolha de Bruxelas”.
E referem que “os líderes africanos, por exemplo, estão a acompanhar de perto a decisão” do Parlamento Europeu, “tal como os cientistas africanos que têm mandioca, banana, milho e outras culturas de base resistentes às alterações climáticas prontas para serem utilizadas”.
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