“As forças de segurança aumentaram a sua proatividade policial em 30% em 2022 face a 2019, o que significa que houve mais operações de prevenção criminal, houve mais operações de combate ao crime. O que ilustra os níveis elevados de operacionalidade e de dedicação das polícias”, disse José Luís Carneiro, após a reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, onde foi analisado o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022.
Segundo os dados hoje divulgados e que constam do RASI, a criminalidade geral aumentou 14,1% e a violenta e grave subiu 14,4% no ano passado em relação a 2021, mas, em comparação com 2019, mantém-se a tendência descendente dos crimes graves e violentos.
Para o ministro, estes números mostram que se deve continuar a trabalhar em cinco áreas prioritárias, designadamente a violência doméstica, incêndios florestais, criminalidade juvenil e grupal, tráfico de droga e sinistralidade rodoviária.
Sobre a criminalidade grupal, que aumentou 18% em 2022 em relação a 2021, com mais 898 participações, e a delinquência juvenil, que subiu 50,6%, com mais 567 participações, José Luís Carneiro frisou que existe “uma estratégia com outras áreas governativas”.
No RASI de 2021 estes dois crimes também tinham registado um aumento, o que levou o Governo a criar uma Comissão de Análise Integrada da Delinquência e da Criminalidade Violenta, que já apresentou nove recomendações ao executivo.
O ministro afirmou que os primeiros meses do ano “mostram já uma evolução muita positiva em relação à delinquência juvenil e à criminalidade grupal” devido proatividade policial, nomeadamente da Polícia Judiciária.
José Luís Carneiro deu também conta que foi criada uma equipa mista especificamente dedicada à delinquência juvenil e criminalidade grupal tendo em vista “garantir melhor uma eficácia no combate”, tendo-se realizado em 2022 várias reuniões desta equipa mista, que reúne as forças e serviços de segurança, Sistema de Segurança Interna e Procuradoria-Geral da República.
Também para “um combate sem tréguas” ao tráfico de droga existe uma equipa mista.
“Estas são as áreas [tráfico de droga, delinquência juvenil e criminalidade grupal] que concentram o esforço que está a ser desenvolvido na estratégia nacional de segurança urbana”, disse o ministro, dando conta do “crescimento muito significativo” após a pandemia em toda a União Europeia do tráfico de droga
As participações por tráfico de droga aumentaram 52,6% em 2022 face a 2021, e houve um aumento de 24% de apreensões e “acréscimos muito significativos nas quantidades apreendidas”, nomeadamente mais 50% no que respeita ao haxixe e mais 65% na cocaína.
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