Na sessão de encerramento da conferência "Portugal? e agora?", promovida pelo jornal Público no âmbito dos seus 30 anos, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa fez hoje um discurso com muitos avisos, quer para o Governo quer para os partidos da oposição, dirigindo-se também a outros setores da sociedade.

"Não se julgue que alguém de meridiano bom senso possa recorrer num intervalo de tempo em que isso será possível ao voto popular antecipado a pretexto de indefinições estratégicas decorrentes de imprevisibilidade política num país que acabou de sair de eleições, que gere uma situação de âmbito global na saúde pública e tem uma presidência europeia pela frente já no primeiro semestre do ano que vem", avisou.

Para o chefe de Estado, "o caminho não é esse", deixando clara qual a sua ideia.

"O caminho é outro: baixar a temperatura do ambiente vivido, resistir à tentação sistemática, venha de onde vier, poderes ou oposições, do aceno a crises políticas apelando a dissoluções, definir rumos minimamente estáveis e agir no quadro parlamentar que os portugueses escolheram", defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa foi perentório ao afirmar que em Portugal se vive "no início da legislatura um tempo que não pode ter o sabor de fim de legislatura".