“Aquilo que me tem sido dito, nomeadamente nas cerimónias que tenho tido em universidades, é que continuam os contactos entre Governo e as instituições de ensino superior para a definição do orçamento para o próximo ano. De parte a parte, o que me dizem é que as perspetivas são boas. Espero que sejam boas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa no Porto, no fim de uma cerimónia realizada nos Paços do Concelho.
Os presidentes dos politécnicos reiteraram hoje que o Governo "tem que cumprir escrupulosamente com aquilo que combinou com as instituições" em matéria de financiamento e manifestaram a esperança em esclarecer o assunto com uma reunião que o Governo marcou para terça-feira.
O presidente do Instituto Politécnico de Leiria e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Nuno Mangas, disse hoje aos jornalistas na Guarda, onde decorreu uma reunião daquele órgão, que o CCISP decidiu "reforçar que o contrato" do Governo com as instituições "tem de ser cumprido".
Os institutos politécnicos representados no CCISP (excluem-se os de Lisboa, Porto e Coimbra) reuniram-se hoje para analisar as implicações da decisão do Ministério das Finanças de não transferir verbas relativas ao reforço orçamental que era devido às instituições politécnicas, no entanto, segundo o responsável, "houve uma evolução [no processo] desde hoje de manhã".
"O senhor ministro [da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor] transmitiu-me que tinha reunido e [que] tinha falado hoje com o senhor primeiro-ministro e com o ministro das Finanças e que tinha agendado para o Ministério das Finanças, para a próxima terça-feira, uma reunião com o CCISP e também com o Conselho de Reitores no sentido de analisarmos esta questão e de procurarmos encontrar uma saída para esta questão", revelou.
Segundo Nuno Mangas, face a este desenvolvimento que aconteceu já no decorrer da reunião, foi decidido tomar uma decisão sobre o assunto após o encontro com o Governo.
O que está em causa é o pagamento de verbas em dívida aos Politécnicos, que adiantaram desde janeiro de 2017, disse o dirigente, que defende uma solução rápida para o problema porque as instituições estão a adiar pagamentos porque não estão a receber as verbas devidas.
Questionado sobre o facto de o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, ter dito na quarta-feira à Lusa que foi "um erro" o despacho das Finanças enviado a universidades e politécnicos públicos informando que nem todos receberiam o reforço orçamental devido, o presidente do CCISP admitiu que "alguma coisa de anormal" se passou.
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