Marcelo Rebelo de Sousa falava à Lusa depois de ter estado na Voz do Operário, em Lisboa, onde decorre o velório do músico, que morreu aos 77 anos.
"Uma homenagem ao caráter multifacetado, à maneira como soube conviver com a música portuguesa, uma música que é um símbolo do Portugal democrático com o qual ele sonhou antes da revolução, durante a revolução, durante a democracia, sonhando sempre muito mais do que aquilo que existia", disse o chefe de Estado.
Sobre possíveis condecorações póstumas ao cantor e compositor - que este em vida não queria -, Marcelo Rebelo de Sousa disse que a decisão caberá à família.
"A família coerentemente achará que não fará sentido condecorar postumamente", disse.
Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco morreu em Lisboa na noite de segunda para terça-feira.
É considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, sobretudo no final dos anos 1960, quando estava exilado em França, e durante o período revolucionário, a seguir ao 25 de Abril. O seu trabalho estende-se também ao cinema e ao teatro.
Foi fundador e dirigente da antiga União Democrática Popular e do Bloco de Esquerda.
Em 2018, completou meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999.
A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, gravados de 1971 a 2004.
Pela Voz do Operário já passaram várias figuras da cultura portuguesa como o fadista Camané, os músicos Mário Laginha e Carlos Barretto, o ator Carlos Paulo e o encenador João Mota, da Comuna - Teatro de Pesquisa.
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