Numa intervenção na Universidade de Verão do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa falava aos alunos sobre a sua experiência pessoal na recente deslocação à Ucrânia e às situações extremas que vivenciou.
“Isto não é desmotivá-los, eu acho que é fundamental e o Presidente tem essa responsabilidade, que é resolver os problemas no sitio onde se vive. Mas de facto há coisas tão menores que ocupam a atenção das pessoas: o A beijou melhor ou beijou pior, ainda que tenha beijado, enfim”, disse.
Em seguida, o chefe de Estado admitiu que estas “também são questões de princípio fundamentais”. “Mas perdemos tanto tempo no dia-a-dia com coisas menores de importância, de detalhe, insignificantes”, reiterou.
No final, os jornalistas questionaram o Presidente da República se se estava a referir ao comportamento do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luís Rubiales, na final do Mundial feminino, e ao polémico beijo de Rubiales à futebolista Jenni Hermoso ou se teriam compreendido mal a referência.
“Não, uma questão de investigação de um crime de assédio sexual é uma questão grave, mas há questões mais graves, como seja a morte em guerra, de vidas humanas de um lado e de outro em número massivo. Portanto, em termos de destaque noticioso cada qual é livre, mas uma coisa é um ato criminoso individual para se investigar, outra é uma guerra com mortes e a vida humana vale sempre mais do que tudo isso”, afirmou.
Após os acontecimentos em Sydney, seguiram-se inúmeras críticas a Rubiales, tendo a jogadora Jenni Hermoso afirmado que não tinha consentido o beijo, ao contrário daquilo que garante o presidente da RFEF.
Rubiales disse na sexta-feira que não iria abandonar o cargo, o que provocou um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltarem a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.
No sábado, a FIFA anunciou a suspensão de Rubiales do cargo por 90 dias, e 11 membros da equipa técnica do selecionador, Jorge Vila, apresentaram a demissão. Por seu lado, o técnico condenou o "comportamento impróprio" do presidente da RFEF.
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