Segundo uma nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, "o delegado de saúde regional de Lisboa e Vale do Tejo confirmou ontem [terça-feira], perto da meia-noite, que o Presidente da República 'após avaliação de risco, foi considerado como tendo tido exposição de baixo risco', podendo retomar a atividade".
Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa terá de ficar em "vigilância passiva durante 14 dias" o que significa "não frequentar locais com aglomerações de pessoas".
Se for contado a partir desta segunda-feira, este período de 14 dias só terminará na data das eleições presidenciais, 24 de janeiro, nas quais se recandidata ao cargo de Presidente da República.
"Esta avaliação refere-se tanto à situação resultante do teste positivo da passada segunda-feira, seguido de dois testes negativos realizados pelo Instituto Ricardo Jorge, que é o laboratório nacional de referência, quer ao contacto com o elemento da sua segurança pessoal cujo resultado positivo do teste foi conhecido ontem [terça-feira] ao fim da tarde", lê-se na mesma nota.
Marcelo Rebelo de Sousa já se encontrava em "vigilância passiva" desde quarta-feira da semana passada, 06 de janeiro, na sequência de um contacto com um elemento da sua Casa Civil infetado com o novo coronavírus, considerado igualmente "de baixo risco" pelas autoridades sanitárias, ocorrido dois dias antes.
O próprio chefe de Estado indicou que esse período de "vigilância passiva" terminaria no dia 18 de janeiro.
Nessa condição, enquanto candidato presidencial, gravou entrevistas e participou em debates televisivos, sem qualquer outra iniciativa pública.
Entretanto, no domingo, começou a campanha oficial para as eleições presidenciais.
Na segunda-feira à noite, foi comunicado que Marcelo Rebelo de Sousa tinha realizado um teste de diagnóstico do novo coronavírus com resultado positivo, mas estava assintomático, em isolamento no Palácio de Belém, em Lisboa.
Depois, realizou outros dois testes de diagnóstico, ambos com resultado negativo, um dos quais na manhã de terça-feira, e ficou a aguardar orientações das autoridades de saúde.
Isolado no Palácio de Belém, na terça-feira, o Presidente da República assistiu por videoconferência à 14.ª reunião sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal e consultou os partidos com assento parlamentar por telefone sobre a renovação do estado de emergência.
À noite, Marcelo Rebelo de Sousa acabou por participar por videoconferência, a partir da sua casa, em Cascais, no distrito de Lisboa, no debate entre todos os candidatos a Presidente da República, na RTP.
Em declarações à RTP, à chegada à sua residência, declarou-se "muito irritado" por as autoridades sanitárias ainda não lhe terem dado "por escrito" uma posição sobre se podia ou não marcar presença no local do debate.
"Portanto, não tendo uma posição, esperei, esperei. A primeira posição era que eu podia ir, a segunda era que não, verbalmente. Estou à espera de uma reunião, e, na dúvida, vim para casa, para fazer [o debate] de casa, não ia fazer de Belém. O debate não é com o Presidente da República, é com o candidato. O mínimo é haver uma resposta por escrito", afirmou.
Hoje, o Presidente da República decretou a modificação do estado de emergência em vigor, a partir de quinta-feira, e a sua renovação por mais quinze dias, até 30 de janeiro, para permitir medidas de contenção da covid-19, após o parlamento ter aprovado este diploma, com votos favoráveis de PS, PSD, CDS-PP e PAN.
Este decreto abrange o período de campanha oficial iniciado no domingo e que termina em 22 de janeiro para as eleições presidenciais de dia 24, nas quais o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se recandidata ao cargo, tendo como adversários Ana Gomes, Marisa Matias, João Ferreira, André Ventura, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva.
Em Portugal já morreram 8.236 doentes com covid-19 e foram contabilizados 507.108 casos de infeção com o novo coronavírus que provoca esta doença, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
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