Numa nota de pesar publicada hoje na página da Presidência na Internet, o Presidente da República recordou ainda que Alberto Carneiro, um artista nascido num meio rural, descobriu cedo uma forte ligação à natureza, àquilo a que chamava a 'personalidade' das árvores, o vínculo às coisas concretas, e a dimensão corporal dos ofícios".
"O trabalho como santeiro deu-lhe a primeira e marcante experiência artesanal", acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota em que envia igualmente condolências à família do escultor.
O Presidente lembra que Alberto Carneiro foi bolseiro no Reino Unido, onde estudou com Anthony Caro e Phillip King, e que algumas das suas obras se encontram atualmente em várias partes do mundo.
Alberto Carneiro foi, depois, professor e pedagogo, no Porto e em Coimbra. "Mas nunca escondeu a sua fundamental pertença à aldeia, às pedras, às madeiras, às cerejeiras da sua infância e adolescência", observa o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa lembra as palavras do poeta Manuel António Pina sobre Alberto Carneiro: "No atelier-floresta de Alberto Carneiro / as árvores crescem para o passado, / para o primeiro, para o incriado”.
Alberto Carneiro morreu hoje, aos 79 anos, no Hospital de S. João, no Porto, onde estava internado.
Encontra-se entre os nomes que mais “abriram novos caminhos para a prática artística em Portugal”, na segunda metade do século XX, como destaca a sua biografia, publicada no 'site' do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado.
Nasceu a 20 de setembro de 1937, em São Mamede do Coronado, concelho da Trofa, distrito do Porto, local ao qual se manteve ligado durante toda a vida.
Participou nas Bienais de Veneza e de S. Paulo, entre outras grandes exposições internacionais.
Entre as antológicas da sua obra, destacam-se as apresentadas na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa e na Casa e no Museu de Serralves, no porto, no Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, no Centro Galego de Arte Contemporânea, no Museu de Arte Contemporânea do Funchal, e na Casa da Cerca, em Almada.
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