Naquela artéria desfilaram os 1.500 elementos que compuseram as 12 trupes do corso, o ponto alto deste importante cartaz turístico da Madeira, que este ano decorre subordinado ao tema ‘Madeira, Alegria e Folia’ e no qual o Governo Regional investiu cerca de 450 mil euros.
Numa noite amena, inspirada no carnaval brasileiro, ao som das baterias dos diferentes grupos, a avenida toda iluminada transformou-se num sambódromo.
Entre os muitos espetadores sentados nas bancadas montadas ao longo do percurso estava o presidente Governo Regional, Miguel Albuquerque, que destacou “o entusiasmo dos participantes dos grupos e do público” pelo regresso do corso alegórico, depois de dois anos de “paragem obrigatória” devido à pandemia.
O governante madeirense, que chegou a ‘dar um pezinho de dança’, também referiu que nesta altura a ocupação hoteleira na região ronda os 88%.
O desfile começou com o grupo de João Egídio Rodrigues com o projeto ‘Alegria, Cor e Folia’, que no primeiro carro alegórico “homenageou a Madeira”, inspirado nas flores, no bordado da Madeira, nas frutas tropicais, entre outros elementos que caracterizam os trabalhos deste decorador madeirense.
Depois foi a trupe dos Cariocas, ostentando muitas plumas e fatos decorados com pedras de muitas cores que mostrou o seu ‘Paraíso com Magias’, assinalando o “regresso feliz” do Carnaval.
A Caneca Furada encheu a avenida de muita cor inspirada no subtema da ‘Tropicália’ e, ao som dos aplausos, passou a associação Geringonça, que trouxe ‘A Alegria de Viver’, indo buscar inspiração a Paris, ao Moulin Rouge, contando com a participação de pessoas com necessidades especiais.
Seguiu-se a ANIMAD, uma associação ligada à causa animal, que apostou no ‘True Blue’ [verdadeiro azul] e inundou a avenida da cor do mar que rodeia a ilha e do céu, enquanto a Turma do Funil revelou que ‘Veio à Diversão’ na sua passagem.
‘A Magia dos Orixás’ foi o mote para o agrupamento Império da Ilha, com destaque para o facto de ter como um dos seus elementos uma emigrante na África do Sul com 80 anos que foi sambar pela primeira vez no cortejo da Madeira.
A associação Fitness Team foi a trupe seguinte e mostrou ser ‘Citilante’ nas cores (preto, rosas, lilás, roxo, azul, branco) e o brilho dos fatos com muitas pedras, com coreografias elaboradas.
O Sorrisos de Fantasia apostou no tema da ‘Celebration’ [celebração], mostrando com muita animação toda a “alegria de estar novamente na avenida”, tendo posteriormente a associação Tramas e Enredos aproveitado para dar as ‘Boas Vindas para a folia, [porque] aqui é só Alegria’, num convite à participação nesta festa na Madeira.
A trupe da Batucada da Madeira destacou o ‘Baila que Baila’, realçando a música, os trajes e instrumentos tradicionais da Madeira, apresentando também um carro alegórico decorado para retratar as festas populares da região, os denominados arraiais.
O corso, que durou mais de duas horas, encerrou com a associação Palco de Emoções, que desenvolveu o seu projeto em torno da temática ‘O Amor entre o Sol e a Lua’.
O secretário do Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, realçou a “satisfação” de todos por este “momento de alegria e libertação”, apontando que este cartaz é “uma aposta ganha” e “a ocupação hoteleira [88%] contribui para a economia da Madeira”.
Maria Fernandes foi uma das espetadoras deste corso na avenida e disse que “não podia faltar”, porque já tinha “saudades do cortejo e de toda a animação”.
“Ficámos muito tempo em casa por causa do bicho e estamos a precisar de um pouco de alegria para esquecer tanta tristeza que por aí vai”, acrescentou.
Acompanhado pela família, também António Agostinho foi ver o cortejo, em particular a filha, que integrou uma das trupes, considerando que “estava tudo muito bonito”.
Destacou ainda que este ano “até o povo estava mais participativo e animado”.
O programa das Festas de Carnaval organizado pela Direção Regional de Turismo da Madeira começou no dia 15 e termina em 26.
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