Fonte do executivo espanhol disse à agência Lusa que Rajoy suspendeu a viagem depois dos últimos acontecimentos na Catalunha, com os independentistas, em maioria no parlamento regional, a tentarem eleger um presidente do Governo Catalão que está a ser investigado pela justiça por suspeitas de delitos de rebelião e sedição.
Mariano Rajoy deveria partir no sábado, 24 de março, para Luanda e realizar uma visita oficial nos dois dias seguintes, que acabaria com a sua participação num fórum entre empresários dos dois países, a convite do presidente de Angola, João Lourenço.
O chefe do executivo espanhol tinha previsto levar a Luanda uma importante delegação de empresários dos mais diversos setores, com relevo particular para a energia, água, telecomunicações, transportes, indústria e turismo.
A diplomacia económica de Madrid está a fazer uma aposta muito forte desde de 2010, na sequência da crise financeira, em estender a sua área de influência tradicional (América Latina e norte de África) a outras zonas do globo (Estados Unidos da América, Ásia e África subsaariana).
O presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, marcou uma sessão plenária a partir das 17:00 (16:00 em Lisboa) para que a maioria de deputados independentista tente investir Jordi Turull como presidente do Governo regional.
Turull é do mesmo partido, o Juntos pela Catalunha, e muito próximo do ex-presidente Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica para não ter de responder pelos mesmos delitos daquele.
Jordi Turull é o terceiro candidato proposto por Roger Torrent, depois de os dois anteriores se terem retirado – Carles Puigdemont, que está na Bélgica, e Jordi Sánchez, detido provisoriamente também por causa do seu envolvimento no processo de independência.
Em 27 de outubro de 2017, Madrid decidiu intervir na Comunidade Autónoma, nomeadamente através da dissolução do parlamento regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de dezembro último.
O bloco de partidos independentistas voltou a ganhar as eleições, mas até agora não conseguiu formar um Governo regional, condição necessária para Madrid deixar de intervir diretamente na comunidade autónoma.
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