"Isto é como ir ao médico. Eu tomei a primeira dose da vacina AstraZeneca. Tenho 47 anos, e vale a pena dizer, eu fiz e todos fizemos, aquilo que o médico na altura entendeu que era o melhor para nós. A Agência Europeia [do Medicamento] fez uma avaliação geral. Pegou em todos os casos reportados por todos os países e fez uma orientação geral e disse: a vacina [mesmo esta da AstraZeneca] continua a ser segura, eficaz e vale a pena tomá-la", adiantou Marta Temido aos jornalistas ao final da manhã desta sexta-feira quando questionada pela decisão de Portugal suspender a vacinação com AstraZeneca para a faixa etária abaixo dos 60 anos.
Antes, a ministra da Saúde tinha salientado que os países estão "todos alinhados no reporte de eventuais reações adversas" e que "dessas reações adversas" são "consideradas como provavelmente associadas à tomada da vacina e são retiradas as consequências".
"Aquilo que a Agência Europeia do Medicamento referiu foi que há uma forte probabilidade de associação de alguns efeitos extremamente raros e a toma de vacinas em determinados grupos etários. E o que procuramos foi que todos os países tivessem a mesma posição em termos daquilo que é a interpretação destes efeitos extraordinariamente raros em alguns grupos etários", reforçou Marta Temido, afirmando que não foi possível chegar a "esse entendimento técnico".
"Na falta de melhor informação alguns países optaram por manter a suspensão da vacina na administração abaixo dos 60 anos. Portugal foi um deles, esperando que rapidamente haja informação complementar dos riscos efetivos dos sub-grupos deste grupo [etário] afinar este critério de exclusão de vacinação", adiantou. a governante.
Ministra diz que só na quinta-feira foram realizados mais de 72 mil testes
"Nós conseguimos ter ontem [quinta-feira] o 11.º dia com mais testes desde o início da pandemia [em março de 2020]", disse.
Marta Temido frisou que conseguiram “num só dia” ultrapassar os 77 mil testes, recordando que o maior número de testes foi realizado no dia 22 de janeiro, quando Portugal estava “no pico da terceira vaga”.
Nesse dia, lembrou, “realizámos 77 mil testes e agora estamos a conseguir fazer números muito semelhantes”.
“Desde o início desta semana que esses números vêm subindo, conseguindo de facto seguir a outra medida que é essencial [para controlar a disseminação do novo coronavírus] que é rastrear e isolar precocemente”, sublinhou Marta Temido.
A ministra sublinhou que o aumento da testagem no país é um dos esforços que está a ser feito para controlar a pandemia, além da vacinação.
Segundo dados das autoridades de saúde, foram já administradas em Portugal 2.039.528 doses de vacina contra a covid-19, das quais 588.316 segundas doses.
“A saúde hoje em dia não é feita só pelo setor da saúde, é feita pela agricultura, pela habitação, pela educação e este exemplo, aqui em Odemira, mostra isso”, disse, enaltecendo a capacidade das câmaras, da Cruz Vermelha Portuguesa e do Alto Comissariado para as Migrações se juntarem e organizarem um projeto de resposta à população.
Em relação às escolas e em relação à variante britânica, Marta Temido disse que tem uma prevalência estimada de 70% no total do país para os casos diagnosticados na última semana.
Contudo, afirmou, "há uma grande assimetria entre regiões", apontando que Lisboa e Vale do Tejo, o litoral da Região Norte, Odemira e algumas regiões do Algarve têm prevalências "mais elevadas", uma situação à qual se deve estar atento.
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