Aquele valor corresponde a uma estimativa provisória e por defeito, sublinhou a autarca, referindo que ao gabinete de apoio às vítimas do furacão Leslie, entretanto criado pela Câmara (para “prestar informações e auxiliar a população, dentro das suas competências, na resolução dos problemas ainda existentes no concelho e levantamento dos estragos provocados pela passagem da tempestade”), “não param de chegar pessoas” para darem conta dos prejuízos sofridos.
“Estes valores estão, infelizmente, em constante atualização”, destacou Helena Teodósio, assegurando que não gosta de “exagerar os números” e as situações.
De acordo com estimativas provisórias da autarquia, cerca de um milhão de euros daquele montante diz respeito a estragos ocorridos em infraestruturas e equipamentos municipais, referiu a autarca, calculando que só a reposição da sinalética implique um investimento da ordem dos 250 mil euros.
O estado em que ficou o parque de lazer e praia fluvial das Sete Fontes, na freguesia de Ourentã, “é uma dor de alma”, exemplifica a presidente da Câmara de Cantanhede, explicando o sentimento designadamente com as árvores derrubadas pelo temporal.
Empresas, habitações, unidades de saúde e outras entidades, como escolas ou instituições particulares de solidariedade social, sofreram danos da ordem dos seis milhões de euros, de acordo com as primeiras estimativas da autarquia, cujas 14 freguesias foram “todas atingidas” pelo temporal, sobretudo na zona norte do concelho.
O Hospital João Crisóstomo, na cidade de Cantanhede, e o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais, na vila da Tocha, registam prejuízos num valor global da ordem do meio milhão de euros, adiantou, apoiada em cálculos das administrações das duas unidades de saúde.
Há, por outro lado, uma “quantidade enorme de munícipes” cujas casas foram afetados pela tempestade Leslie e que não possuem os respetivos seguros, disse ainda Helena Teodósio, admitindo que os imóveis nesta situação podem representar prejuízos de cerca de meio milhão de euros.
“Já estão todas as escolas” do concelho a funcionar em pleno, disse a autarca, recordando que diversos estabelecimentos de ensino não funcionaram na segunda e na terça-feira essencialmente por falta de energia elétrica, que também obrigou à interrupção do fornecimento de água.
O fornecimento de energia elétrica ainda não está completamente restabelecido no concelho, mas são já relativamente poucas as situações em isso acontece.
Mantém-se, contudo, o recurso a geradores e a uma central provisória, na Tocha, referiu Helena Teodósio, indicando que, numa iniciativa inédita, a autarquia e a EDP criaram um gabinete na Câmara de Cantanhede para as pessoas darem conta da falta e outros problemas relacionadas com a energia elétrica nas suas residências, estabelecimentos e outros espaços afetados pelo Leslie, já que as dificuldades que subsistem se relacionam com a distribuição em baixa tensão.
“Temos muito a aprender” com esta tempestade, para a qual Cantanhede se preveniu “na medida possível”, concluiu a presidente da Câmara, enaltecendo o “esforço das pessoas”, desde funcionários do município e de empresas, como a EDP, aos bombeiros e à Proteção Civil, com “horas e horas consecutivas de trabalho e dedicação”.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados, 57 dos quais no distrito de Coimbra.
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