Em declarações à agência Lusa, Luís Leal, da Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF), estimou os prejuízos entre os cinco e os seis milhões de euros, quer em infraestruturas públicas adstritas à atividade portuária, quer em empresas e associações instaladas na área de domínio público marítimo.
De acordo com Luís Leal, os danos nas áreas públicas do cais comercial e porto de pesca, nomeadamente em infraestruturas de iluminação - "que foi toda danificada" -, vedações, passadiços da marina de recreio, edifícios-sede da APFF e dos Pilotos da Barra ou os "telhados e portões" dos armazéns de artes ligadas à atividade piscatória, entre outros, ascendem a 570 mil euros.
A empresa concessionária da operação portuária estima os prejuízos em cerca de 1,3 milhões de euros - incluindo nestes danos duas gruas que operam em carril e que ficaram totalmente destruídas - enquanto o concessionário do terminal de contentores apurou danos de um milhão de euros, disse Luís Leal.
De acordo com o levantamento preliminar - que não inclui ainda os prejuízos sofridos nas instalações da Docapesca (lota e armazéns de pescado), terminal de asfalto instalado na margem direita do rio Mondego, a montante da ponte e empresas de aquacultura -, os estaleiros navais tiveram prejuízos estimados superiores a 800 mil euros, um valor idêntico ao das duas empresas conserveiras que laboram junto ao porto de pesca, na margem sul do Mondego.
Já a cooperativa de produtores de peixe Centro Litoral, também instalada no porto de pesca, terá sofrido prejuízos de 500 mil euros e o parque de campismo do Cabedelo - onde quatro ou cinco campistas ficaram feridos aquando da passagem do furacão Leslie - indicou danos de 200 mil euros, sem incluir neste valor as cerca de 80 rulotes que ficaram destruídas ou danificadas e que são propriedade dos seus utilizadores.
Já os inquilinos da zona da marina, onde se inclui um pavilhão de remo e as instalações do clube náutico, reportaram prejuízos de cerca de 100 mil euros e o Tennis Club da Figueira da Foz, localizado perto da foz do rio, cerca de 120 mil euros.
"Grosso modo serão entre cinco a seis milhões de euros de prejuízos, garantidamente mais de cinco milhões", afirmou Luís Leal.
O administrador portuário garantiu que o porto comercial "está a funcionar", embora "com restrições", não só reflexo dos danos sofridos pelos operadores, mas em especial "devido à greve" dos estivadores que se mantém às terças e quintas-feiras.
"Um mal nunca vem só, é um velho ditado. Hoje é um dos dias exemplares, porque independentemente disto tudo mantém-se a greve", lamentou Luís Leal.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, no sábado e domingo, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora no sábado à noite, valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
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