De acordo com o Jornal de Notícias (JN), que cita dados do Infarmed, no ano passado o consumo de antibióticos em ambulatório desceu 23% em comparação com 2019. A título de exemplo, a publicação refere que as três substâncias mais vendidas — amoxicilina com ácido clavulânico, azitromicina e amoxicilina — registaram uma quebra superior a 1,4 milhões de embalagens em 12 meses.
Estes medicamentos, "essencialmente utilizados em infeções das vias respiratórias superiores, nariz e garganta", acabam por ser menos tomados devido às medidas de proteção contra a covid-19 — que impedem também a transmissão de outras infeções.
Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), explica-o ao JN. "De uma forma geral há uma diminuição muito marcada de tudo o que são infeções respiratórias. E a esmagadora maioria destes antibióticos são prescritos nestes contextos", disse.
"Com estes vários confinamentos que têm ocorrido, as medidas de distanciamento social, etiqueta respiratória e o uso de máscaras não previnem só o contágio dos vírus. Previnem também a transmissão e a propagação destas infeções bacterianas. Havendo menos infeções, há menos prescrição de antibióticos", acrescentou o médico.
Todavia, a redução pode estar também relacionada com menos procura de cuidados médicos por parte dos doentes, devido ao receio da pandemia. "Acredito que seja uma fração minoritária porque a perceção que temos é que, efetivamente, este tipo de doenças diminuiu muito", frisou Nuno Jacinto.
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