Numa resposta escrita enviada ao grupo de trabalho da Assembleia Municipal do Porto que acompanha os investimentos no transporte público, a que a Lusa teve hoje acesso, o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga, indica que a obra do metrobus, que ligará a Casa da Música à Praça do Império, tem “como data limite 23.08.2024”, estando já incluídos 30 dias para ensaios de todos os sistemas.
Tiago Braga esclarece que a diferença temporal entre a data inicialmente avançada prende-se com a alteração do anteprojeto, o desenvolvimento de estudos e a alteração do faseamento construtivo previsto para “dar cumprimento à obrigatoriedade imposta pelo município de manter sempre em funcionamento duas vias de circulação rodoviária em cada sentido na Avenida da Boavista”.
Segundo a Metro, a empreitada definia inicialmente a ocupação de uma via em cada sentido e das duas vias centrais, deixando livre uma via de trânsito em cada sentido.
“Pelo que para a Avenida da Boavista contemplava apenas quatro fases para a execução dos trabalhos”, refere, notando que a necessidade, por decisão do município, de assegurar duas vias em cada sentido, levou a uma reformulação.
Tal, impossibilitou a ocupação da zona central da avenida, diminuiu a área do estaleiro e dificultou a execução dos trabalhos das várias infraestruturas, indica Tiago Braga.
“Dada a necessidade de assegurar o espaço das vias para o transporte rodoviário, o espaço disponível para a circulação pedonal foi também reduzido e foi necessário criar mais de 10 fases distintas de ocupação que, pela sua complexidade de implementação e situações normais de obra, se dilataram também no tempo”, refere.
Tiago Braga indica ainda que a Águas e Energia do Porto apelou a que, “dado o elevado estado de deterioração das suas infraestruturas” fossem realizados trabalhos “de grande envergadura” na rua de João Grave e do Pinheiro Manso, “que é precisamente o troço com o fluxo rodoviário mais elevado”.
“Uma empreitada desta dimensão, aliada ao volume de trabalhos de infraestruturas hidráulicas realizados, cujo montante já realizado ascende a cerca de 2,5 milhões de euros, tem necessariamente impacto significativo ao nível da acessibilidade e conforto de quem vive e circula na área de intervenção, sobretudo quando executados num contexto de grande condicionamento espacial como foi o caso”, observa.
Tiago Braga refere ainda que a empreitada foi “fortemente condicionada pelo exíguo espaço disponível”.
“O trabalho desenvolvido foi muito para além da implementação de uma nova tipologia de transporte, servindo também para a reabilitação infraestrutural de uma das artérias mais importantes da cidade do Porto”, acrescenta.
Questionado sobre quando chegará o material circundante, Tiago Braga esclarece que o primeiro dos 12 veículos chegará entre o final de setembro e início de outubro, “sendo ainda expectável que os veículos necessários para a exploração da primeira fase do BRT sejam entregues até ao final do presente ano”.
O presidente do Conselho de Administração da Metro indica ainda estar previsto que a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) inicie a operação do ‘metrobus’ com autocarros elétricos “durante o período transitório que for necessário após a conclusão da empreitada de construção do canal do BRT”.
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