“Lançamos um apelo urgente à comunidade internacional para que nos apoie, não há outra solução”, declarou à agência noticiosa AFP um estudante de 24 anos, Chun, que participava na concentração autorizada pela polícia.

Os manifestantes exortaram os membros do Congresso dos Estados Unidos a votarem um texto que permitiria sancionar os dirigentes chineses, acusados de imporem a sua política no território semi-autónomo, que atravessa uma crise sem precedentes.

O “Hong Kong Human Rights and Democracy Act”, que poderá ser votado esta semana pela Câmara de Representantes norte-americana, implicaria uma reavaliação anual do estatuto particular que os Estados Unidos concedem a Hong Kong em termos comerciais, e poderá prever sanções contra os responsáveis chineses.

Um dos promotores do projeto, o senador republicano Josh Hawley, denunciou uma deriva em direção a um “estado policial” no decurso de uma visita de dois dias à ex-colónia britânica onde há quatro meses decorrem manifestações em nome da democracia e que têm aumentado de violência.

O movimento foi desencadeado em junho em protesto contra um projeto de lei sobre as extradições, entretanto suspenso, e que de seguida alargou consideravelmente as suas reivindicações. Os manifestantes exigem agora mais liberdades democráticas e um inquérito sobre a atuação policial desde o início da mobilização.

“A situação é crítica”, declarou hoje aos media Josh Hawley, que no final da tarde de domingo assistiu a uma manifestação no bairro popular de Mongkok. Na sua deslocação, reuniu-se ainda com o ativista Joshua Wong.

Em paralelo, a polícia local referiu hoje que uma bomba artesanal acionada por controlo remoto, destinada a “matar ou ferir” membros da polícia de intervenção, foi detonada na noite de domingo quando os agentes se mobilizavam para enfrentar uma nova escalada de violência.

De acordo com a polícia, trata-se da primeira vez que foi utilizado um engenho explosivo no decurso dos protestos. “Explodiu a menos de dois metros de um veículo da polícia. Temos motivos para acreditar que a bomba se destinava a atingir as forças policiais”, referiu em conferência de imprensa o comissário-adjunto Tang Ping-keung.