“Sim, temos estado a tirar peixes [mortos da albufeira]. Aquilo que lhe posso dizer é que temos estado a fazer análises à água, através da APA [Agência Portuguesa do Ambiente], Águas de Lisboa e Vale do Tejo e também dos SMASCB [Serviços Municipalizados de Água e Saneamento] e nenhuma das análises revela qualquer anomalia. Todas as análises garantem a qualidade da água”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.
O autarca garantiu que os peixes também estão a ser analisados, mas ainda não se conhece qualquer resultado dessas análises.
“Ainda não me foi comunicado que houvesse algum resultado. Estamos a procurar identificar a causa da mortandade dos peixes. Atualmente, não conseguimos identificar a causa. Mas todas as análises garantem a qualidade da água para consumo humano”, sustentou.
A albufeira de Santa Águeda é responsável pelo abastecimento público de água a quatro concelhos (Castelo Branco, Fundão, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão).
Em declarações à agência Lusa, Samuel Infante, do núcleo regional de Castelo Branco da Quercus, explicou que esta situação mais recente foi identificada há cerca de duas semanas, depois de outros casos no passado.
“Há cerca de duas semanas que tem vindo a aumentar quantidade de peixes mortos e apareceu espuma. É urgente que as autoridades deem uma resposta e que, de uma vez por todas, se cumpra o plano de ordenamento [da albufeira] e se fiscalize efetivamente e se faça parar isto”, afirmou.
O ambientalista realçou ainda que, além dos milhares de peixes, apareceu também um pato-real morto junto à água e três cegonhas.
“Não sabemos o que se passa ali. Se é uma bactéria, se é um vírus, se é contaminação ou se é envenenamento por pesticidas”, frisou.
Samuel Infante explicou ainda que a APA, as Câmaras Municipais e a GNR têm sido alertadas para o problema.
“O SEPNA [Serviço de Proteção de Natureza e Ambiente] tem ido ao local, a APA tem ido ao local recolher amostras, só que não há respostas, não se sabe. Há uma falta de transparência enorme sobre o que está a acontecer”, concluiu.
O plano de água da albufeira de Santa Águeda ocupa uma área com cerca de 634 hectares e o o seu uso principal é o abastecimento público.
Encontra-se classificada como albufeira de águas públicas protegidas, que são aquelas cuja água é ou se prevê que venha a ser utilizada para abastecimento de populações e aquelas cuja proteção é ditada por razões de defesa ecológica.
A agência Lusa enviou à APA, por escrito, pedidos de esclarecimento sobre a situação, mas não obteve até hoje, qualquer resposta.
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