Foi hoje anunciado que o Ministério Público deu o passo que faltava para promover a abertura de um processo penal, depois de abrir um processo de investigação preliminar no final de agosto: foi apresentada uma queixa contra o presidente suspenso da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales. Assim, de acordo com o El País, o caso Rubiales está agora oficialmente no Tribunal Nacional.
O próximo passo será o tribunal decidir se abre ou não um processo criminal contra Luis Rubiales, pelos crimes de agressão sexual e coação, explica a Marca.
Jennifer Hermoso, jogadora da seleção espanhola, apresentou queixa à Procuradoria-Geral do Estado, no dia 6 deste mês, pelo beijo que recebeu de Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), durante a celebração da vitória no Mundial feminino.
O Ministério Público, que abriu um processo de investigação no final de agosto, tinha convidado a atleta a tomar esta medida.
A denúncia formalizada por Hermoso era fundamental para que o Ministério Público pudesse instaurar uma ação penal contra o presidente da RFEF. Fontes do Ministério Público consideraram que, sem esta iniciativa, não conseguiriam prosseguir com o processo, uma vez que o artigo 191.1 do Código Penal estabelece que, para atuar por crimes de agressão, assédio ou abuso sexual, é necessário denúncia do “lesado, seu representante legal ou denúncia do Ministério Público”.
Rubiales beijou Jenni Hermoso na boca, em 20 de agosto, no estadio de Sydney, após a vitória de Espanha no campeonato do mundo de futebol feminino.
A futebolista disse que o beijo não foi consentido, ao contrário do que afirma o presidente da federação.
Antes, na bancada do estádio, Rubiales tinha tocado os próprios genitais para celebrar a vitória espanhola.
Os dois comportamentos valeram-lhe queixas do governo de Espanha ao Tribunal Administrativo do Desporto, que decidiu abrir um processo disciplinar a Rubiales, e a suspensão da FIFA do cargo de presidente da federação espanhola, durante 90 dias.
Aos acontecimentos em Sydney seguiram-se inúmeras críticas a Rubiales, que disse que não iria abandonar o cargo, o que provocou um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltarem a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) se mantiverem nos cargos.
Onze membros da equipa técnica do selecionador feminino, Jorge Vilda, apresentaram a demissão.
Por seu lado, o técnico, que condenou o "comportamento impróprio" do presidente da RFEF, foi demitido do cargo na terça-feira pela federação espanhola, depois de críticas de diversos setores por ter aplaudido o discurso em que Rubiales disse que não se demitia e que estava a ser vítima de uma perseguição do "falso feminismo".
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