O navio grego “Sounion”, com uma tripulação de 23 filipinos e dois russos, foi atacado duas vezes ao largo da costa do Iémen, sofreu um incêndio a bordo e ficou à deriva no Mar Vermelho.
O ataque não foi reivindicado, apesar de os rebeldes huthis do Iémen visarem navios ligados a Israel desde que começou a guerra em Gaza há 10 meses, entre israelitas e o grupo extremista palestiniano Hamas.
A missão da UE disse num comunicado que resgatou todos os tripulantes, que estavam “a ser transferidos para Djibuti, o porto de escala seguro mais próximo”.
Durante a operação, o navio “Aspides” da missão europeia “destruiu um navio de superfície não tripulado que constituía uma ameaça iminente”.
De acordo com a missão, o cargueiro transporta 150.000 toneladas de crude, o que representa um perigo para a navegação e para o ambiente.
“É essencial que todos os que se encontram na zona sejam cautelosos e se abstenham de qualquer ação que possa conduzir a uma deterioração da situação atual”, disse a missão num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
A UE lançou uma missão militar há seis meses no Golfo de Aden com um mandato defensivo para escoltar navios comerciais e responder a possíveis ataques dos rebeldes iemenitas no mar.
O navio grego não solicitou a proteção da força marítima da UE, disse a missão, mas foi a pedido do respetivo comandante que se realizou a operação de resgate da tripulação.
O ataque teve lugar a oeste de Hodeida, um dos quartéis-generais operacionais a partir do qual os rebeldes xiitas huthis lançam os ataques contra navios ligados a Israel.
Pelo Mar Vermelho passa 15% do comércio mundial.
Segundo estimativas da UE, a instabilidade na zona aumentou o tempo de transporte da Ásia para a Europa entre 10 e 14 dias, uma vez que se procuram rotas alternativas como o Cabo da Boa Esperança.
A opção por uma rota mais longa provocou um aumento do custo do transporte e dos seguros.
Desde fevereiro de 2024, o “Aspides” repeliu 18 ataques a navios mercantes, incluindo incidentes com mísseis balísticos, segundo dados citados pela agência espanhola Europa Press,
A missão da UE registou mais de 300 pedidos de intervenção, que resultaram na escolta de 216 navios internacionais nas águas do Mar Vermelho.
Os huthis fazem parte do chamado “eixo de resistência”, uma coligação liderada pelo Irão que também integra o Hamas e as milícias libanesas do Hezbollah, entre outras organizações.
A guerra em curso em Gaza, com mais de 40.000 mortos, foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023.
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