O incidente, marca a mais grave violência entre Israel e a Síria em anos e aponta para um provável envolvimento iraniano.

O Irão, que mantém tropas na Síria, acusou Israel de uma série de ataques às suas instalações nucleares, incluindo sabotagem no complexo de Natanz a 11 de abril, e jurou vingança. E ameaçou também complicar as tentativas lideradas pelos EUA para se recuperar o acordo nuclear internacional com o Irão.

O exército israelita disse que o míssil atingiu a região de Negev e as sirenes de ataque aéreo soaram perto de Dimona, onde se encontra o reator nuclear de Israel, tendo sido relatadas outras explosões no país. O exército disse mais tarde que o míssil não tinha causado danos.

Não houve qualquer reivindicação imediata de responsabilidade ou comentário por parte do Irão. Mas no sábado, o jornal iraniano Kayhan publicou um artigo de opinião do analista Sadollah Zarei, sugerindo que as instalações de Dimona de Israel servissem de alvo após o ataque a Natanz. Zarei citou a ideia de “um olho por um olho”.

Kayhan é um jornal de pequena circulação, mas o seu editor-chefe, Hossein Shariatmadari, foi nomeado pelo líder supremo ‘ayatollah’ Ali Khamenei e é descrito como um antigo conselheiro.

O reator nuclear em Dimona é entendido como uma peça central de um programa de armas nucleares não declarado. Israel não confirma nem nega que possui um vasto arsenal nuclear.

Israel acusa o Irão de tentar desenvolver armas nucleares e opôs-se aos esforços liderados pelos EUA para se regressar ao acordo nuclear internacional com o Irão. Com o encorajamento de Israel, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou o acordo em 2018.

O Irão começou recentemente a enriquecer uma pequena quantidade de urânio até 60% de pureza, o nível mais elevado de sempre. No entanto, o Irão insiste que o programa tem como objetivo fins pacíficos.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou repetidamente que Israel não permitirá que o Irão desenvolva a capacidade de ter armas nucleares. Israel bombardeou por duas vezes outras nações do Médio Oriente para atingir os seus programas nucleares.

Todos os incidentes ocorreram no momento em que o Irão negoceia em Viena, com as potências mundiais, a questão do acordo nuclear, mas avisando desde logo que “não haverá conversações diretas ou indiretas” com os Estados Unidos.

Os negociadores descreveram as conversações como construtivas, até à data, embora reconheçam que a sabotagem em Natanz pode influenciar as conversações.

O Governo de Israel disse que o acordo não impedirá o Irão de desenvolver armas nucleares e lembrou que este não aborda o programa de mísseis de longo alcance e o apoio daquele país a grupos terroristas no Líbano, Síria e Gaza.

O Irão, por sua vez, afirmou que o seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos, e apelou a um maior escrutínio das instalações nucleares de Israel em Dimona.

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