
“Não é desde que eu sou primeiro-ministro. Desde que eu sou presidente do PSD que eu não tive nenhum contacto com nenhuma empresa, não trabalhei com ninguém, de nenhuma delas, nem destas, nem de nenhuma outra”, afiançou Luís Montenegro, aos jornalistas, à margem de uma visita à feira agropecuária Ovibeja, que está a decorrer em Beja, até domingo.
Segundo o candidato da AD – Coligação PSD/CDS, após ser eleito presidente do PSD - em 28 de maio de 2022 -, esteve “exclusivamente dedicado” às suas “tarefas como líder do maior partido da oposição e, agora, como primeiro-ministro”.
Perante as perguntas dos jornalistas sobre a Spinumviva, o presidente do PSD ainda deu estas explicações, mas garantiu que, daqui em diante, vai “tratar daquela” que é a sua “única empresa” e a que tem de “gerir, que é o país, é Portugal”.
“São as responsabilidades hoje enquanto primeiro-ministro, que ainda sou, embora não esteja aqui nesta qualidade, e a partir das próximas eleições com renovada legitimidade, se os portugueses assim entenderem, como é a minha expectativa”, afirmou o líder da AD, numa ação de pré-campanha no certame agropecuário alentejano.
Na quarta-feira, o Expresso noticiou que o primeiro-ministro entregou uma nova declaração à Entidade para a Transparência, referindo mais empresas com as quais a Spinumviva trabalhou e fê-lo na véspera do frente a frente com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
Hoje, o Correio da Manhã e a CNN Portugal referem que duas destas empresas, que já tinham relações com o Estado, conseguiram contratos de milhões de euros já durante o Governo liderado por Luís Montenegro.
Fonte do gabinete de Luís Montenegro indicou hoje à agência Lusa que estas novas empresas “apenas fizeram trabalhos pontuais” para a Spinumviva.
“E a maior parte delas deixou de trabalhar com a Spinumviva em 2022. Só uma ou outra é que deixou em 2023”, acrescentou a mesma fonte oficial.
Na qualidade de primeiro-ministro, já hoje, em Lisboa, à chegada à residência oficial, Luís Montenegro recusou qualquer interferência na celebração de contratos entre o Estado e empresas que trabalharam com a Spinumviva, assinalando que contratos dessa natureza “nunca dependeram” de si.
“Absolutamente, não admito a ninguém sequer essa insinuação”, respondeu o chefe de Governo quando questionado se teve alguma interferência na realização de contratos entre o Estado e empresas com as quais a Spinumviva (empresa fundada por Luís Montenegro e que passou recentemente para os seus filhos) trabalhou.
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