Segundo o presidente da Associação de Moradores das Avenidas Novas, José Soares, a Câmara de Lisboa assumiu, em abril de 2016, o compromisso de que “68% do estacionamento à superfície” na Avenida da República destinava-se exclusivamente aos residentes, mas “não está a cumprir”.
Neste sentido, a associação de moradores enviou hoje uma carta dirigida ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, a relatar os problemas de estacionamento na Avenida da República.
“Aquilo que estamos a fazer, enquanto representantes dos moradores, é de facto alertar a Câmara para este problema, alertar a Câmara para o facto de ter assumido publicamente, em três ocasiões, que seriam criadas condições e seriam criadas bolsas [de estacionamento] para os moradores da Avenida da República”, afirmou à agência Lusa José Soares.
Mediante a resposta que a Câmara de Lisboa der e o ‘timing’ que demorar a responder, a associação decidirá se vai ou não convocar um plenário de moradores para discutir quais as medidas a adotar no sentido de garantir que o compromisso de bolsas de estacionamento para os moradores seja cumprido.
“As queixas que nos têm chegado têm sido tantas que nos vemos obrigados a alertar o senhor presidente da Câmara para o facto de, se nada for feito, termos que, realmente, dar a palavra a quem nos elegeu enquanto representantes dos moradores para lhes perguntar o que é que acham por bem fazer”, declarou o presidente da Associação de Moradores das Avenidas Novas.
No âmbito dos problemas de estacionamento, José Soares criticou a obra do Eixo Central, que foi inaugurada há 11 dias (a 22 de janeiro) “com toda a pompa e circunstância”, mas que “na vez de ser uma obra inclusiva para todos os lisboetas, só é inclusiva para alguns, porque para os moradores da Avenida da República torna-se cada vez mais caótico tentar estacionar”.
Com a implementação do projeto do Eixo Central, “a Praça Duque de Saldanha perdeu mais de 110 lugares e a Avenida da República perdeu mais de 100 lugares de estacionamento”, revelou o representante dos moradores, acrescentando que também houve perda de estacionamento em outras artérias intervencionadas no âmbito deste projeto, nomeadamente a rua Tomás Ribeiro, em que “cerca de dois terços dos lugares de estacionamento foram perdidos”.
“Houve toda uma falta de cuidado na elaboração deste projeto e a querer-se antecipar uma inauguração de uma obra que não fez nenhum sentido ser inaugurada, porque já existia o Eixo Central, já existia a Avenida da República, já existia a Fontes Pereira de Melo”, disse o presidente da Associação de Moradores das Avenidas Novas, considerando que “não fez qualquer sentido aquela pompa e circunstância na inauguração da obra”, ainda mais porque “é uma obra que ainda não está acabada”.
Na carta dirigida ao presidente da Câmara de Lisboa, o representante dos moradores queixa-se ainda do “silêncio de seis meses” da autarquia aos “sucessivos contactos” por parte da Associação de Moradores das Avenidas Novas.
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