Jewison "morreu pacificamente neste sábado, 20 de janeiro de 2024, em sua casa", descreveu Jeff Sanderson em nota enviada à AFP.

“O seu legado irá perdurar por meio dos seus filmes intemporais e das inúmeras pessoas e organizações que inspirou e continuará a inspirar por gerações", reagiu o Centro Cinematográfico Canadiano, que fundou em 1986.

Os filmes de Jewison, entre os quais estão "Um Violino no Telhado" (1971) e "Vêm aí os Russos" (1966), tiveram 46 nomeações aos prémios da Academia e levaram o Oscar em 12 ocasiões.

Ao longo da sua carreira, Jewinson foi nomeado três vezes ao Oscar de melhor realizador; no entanto, nunca levou a cobiçada estatueta. Em 1999, o prestigiado cineasta foi homenageado pela Academia com o prémio Irving Thalberg.

Com mais de quatro décadas de carreira na indústria, em que lançou sob a sua direção algumas das estrelas mais famosas de Hollywood, Jewison também conquistou três prémios Emmy graças ao seu trabalho na televisão.

“Os filmes de Norman Jewison eram histórias únicas, devido ao seu talento único”, disse hoje a ministra da Cultura canadiana, Pascale St-Onge. Jewison nasceu em Toronto, em 21 de julho de 1926. Começou a atuar ainda  emcriança, com alguns papéis no teatro escolar, mas foi atrás das câmaras que construiu uma carreira.

Jewiston teve as primeiras oportunidades na televisão no Canadá, depois em Londres e Nova Iorque, onde trabalhou com nomes como Harry Belafonte e Judy Garland. Estreou-se no cinema em 1962, com "Vinte Quilos de Sarilhos", protagonizado por Tony Curtis, seguido por outras três comédias românticas.

Jewison, que não abandonou completamente o género, começou a inclinar-se como cineasta para produções de conteúdo social. Foi, aliás, "No Calor da Noite" (1967), protagonizado por Sidney Poitier, o filme que o fez saltar para a fama.

A longa-metragem de suspense, que retrata de forma arrepiante o sul dos Estados Unidos, com Poitier como um modelo de integridade perante a incompetência das populações brancas do Mississippi, levou quatro prémios da Academia, incluindo o de melhor filme.

Jewison também esteve à frente da ópera rock "Jesus Cristo Superstar" (1973), do filme futurista "Rollerball — Os Gladiadores do Futuro" (1975), protagonizado por James Caan, e do drama político de Sylvester Stallone "F.I.S.T." (1978).

Em 1987, chegaria outro dos grandes sucessos da sua carreira, a comédia romântica "O Feitiço da Lua", protagonizada por Cher e Nicolas Cage, que arrasou nas bilheteiras e ganhou três Oscars, incluindo o de melhor atriz.

“Até logo, doce príncipe”, reagiu Cher hoje, nas redes sociais. “Obrigada por uma das maiores, mais felizes e mais divertidas experiências da minha vida.”

Jewison continuou a alterar entre comédias românticas e dramas com conteúdo social, como “Hurricane” (1999), com Denzel Washington. Nas últimas décadas, dedicou-se, principalmente, à produção. O cineasta deixou mulher, três filhos e cinco netos.