“O mês de junho foi o mais quente de sempre (…) e, por isso, exigimos uma reunião para falar sobre os próximos passos para salvar o nosso mar. Se o mar morre, nós morremos”, disse à Lusa o porta-voz e cofundador do “grupo irmão” ‘Extinction Rebellion’, Robin Boardman, junto ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática, em Lisboa.
A ação do ‘Ocean Rebellion’, que contou com três mulheres vestidas de sereias deitadas sobre lixo marinho, surge numa altura em que algumas partes do mundo enfrentam ondas de calor extremo, como no Golfo do Texas, nos Estados Unidos, onde milhares de peixes morreram por causa do aquecimento das águas.
“Temos três exigências para o ministério. A primeira é que (…) diga a verdade sobre a situação dos oceanos, porque os peixes estão a sofrer, o mar está a sofrer, a morrer. A segunda é que o Governo trave as emissões dos navios, dos cruzeiros e dos barcos pesqueiros. [Também] queremos um sistema democrático novo para conseguir estas mudanças”, salientou Robin Boardman.
De acordo com o ativista britânico, o Governo “não pensa a longo prazo”, sublinhando que deve ser criada uma assembleia de cidadãos com especialistas para resolver a crise da água.
“O azul cria o verde. Queremos dizer isto. O movimento ambiental normalmente é conhecido como verde (…), mas sem o azul, sem água, não temos verde. [O azul] é a base. Queremos que digam a verdade sobre isso”, afirmou.
À Lusa, Robin Boardman reforçou que espera conseguir uma “boa reunião” com o Ministério do Ambiente da Ação Climática, avisando que, se não houver uma resposta nas próximas semanas, o ‘Ocean Rebellion’ irá realizar novas ações, mas sem violência.
“Se não derem uma data nas próximas semanas, vamos escalar a ação com performances para dizer que estamos aqui, que queremos falar. Estamos aqui como [Mahatma] Gandhi, com desobediência não violenta”, referiu.
“Não queremos conflito, queremos criar um movimento de transição e solução juntos. Se não nos responderem, vamos escalar”, acrescentou.
Sobre como serão as novas ações do ‘Ocean Rebellion’, Robin Boardman indicou que o grupo de ativistas poderá ser maior.
“Temos um plano para escalarmos estas ações. No futuro, haverá mais sereias e não vão estar rua, mas em frente da porta do ministério”, sustentou.
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