“Uma vez mais hoje, durante a manhã e princípio da tarde, uma quantidade indeterminada de dejetos fecais diluídos em esgoto, aparentemente de origem humana, foi, durante horas, lançada às águas da ria na vila da Gafanha da Encarnação, concelho de Ílhavo, através de um dreno da rede de águas pluviais”, denuncia aquele movimento de cidadãos.
Em comunicado, o MARIA refere que a situação, testemunhada por pessoas ligadas ao movimento e fotograficamente documentada, “é em todo semelhante a uma outra verificada a 6 de janeiro, a cerca de 50 metros a Norte do local onde foram agora lançados os dejetos poluentes”.
“O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro está em condições de garantir que estas descargas ilegais têm ocorrido regularmente, nas últimas semanas, a coberto da noite, altura em que se torna mais difícil detetar este ilícito criminal”, afirma.
O MARIA, à semelhança do que fez com um episódio semelhante a 6 de janeiro, refere que deu o alerta às autoridades, contactando o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, que reativou a queixa anteriormente apresentada.
A informação foi igualmente transmitida à autarquia e à empresa Águas da Região de Aveiro (ADRA) “que assegurou não ter responsabilidade no problema, nem o mesmo ser devido a avaria dos seus sistemas de saneamento".
De acordo com o comunicado foram recolhidas amostras para análise no local pela ADRA, pelo próprio MARIA e pela Agência Portuguesa do Ambiente, através da Administração da Região Hidrográfica do Centro.
“O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro considera a situação muito preocupante e completamente inaceitável, tanto mais que a ria é fonte de sustento de numerosas famílias de pescadores, mariscadores e aquicultores, que podem ver, a curto prazo, a sua atividade condicionada por motivos de caráter sanitário”, dá conta o comunicado.
No mesmo, aquele movimento considera que “é urgente que as autoridades com intervenção na gestão da ria, designadamente a Agência Portuguesa do Ambiente, a Águas da Região de Aveiro e o Município de Ílhavo, se concertem com as autoridades com capacidade de investigação, para detetarem e punirem severamente os prevaricadores”.
“Caso nada seja feito nos próximos dias, o Movimento de Amigos da Ria de Aveiro pondera apresentar uma queixa-crime contra desconhecidos junto do Ministério Público”, conclui.
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