Durante uma entrevista à estação televisiva BBC, Virgina Giuffre disse que o milionário Jeffrey Epstein — que foi condenado por abuso sexual e acabou por ser encontrado morto na sua cela, em 10 de agosto — a traficou, em 2001, oferecendo-a ao príncipe André, com quem teve relações sexuais três vezes.
Na sua versão, Giuffre contou que foi levada por Ghislaine Maxwell, parceira de Epstein, para uma discoteca em Londres, onde o filho da rainha Isabel II lhe pediu para dançar com ele.
“Esta não é uma história sórdida de sexo. Esta é uma história de tráfico, uma história de abuso e é uma história da vossa realeza. Ninguém pode ficar do seu (de André) lado”, acusou Giuffre, na sua primeira entrevista televisiva no Reino Unido.
Numa outra recente entrevista, André, de 59 anos, negou categoricamente alguma vez ter feito sexo com Giuffre e pediu desculpa pelo seu envolvimento com Jeffrey Epstein, não escapando a um escândalo que já lhe valeu o abandono dos seus deveres reais “durante algum tempo”.
O facto de não ter mostrado preocupação pelas vítimas de abuso sexual do milionário norte-americano, durante a entrevista, levou algumas organizações com quem colaborava a cortarem relações com o príncipe.
André disse que não se lembra de alguma vez ter estado com Virgínia Giuffre e rejeitou sempre a possibilidade de algum envolvimento sexual com a jovem que, à data, era menor de idade.
Contudo, Giuffre garantiu hoje que teve relações sexuais com André, por três vezes, tendo a primeira dessas ocasiões ocorrido logo após o encontro na discoteca londrina.
“Foi o pior dançarino que já vi na minha vida. Suava tanto que parecia chover por todo o corpo. Eu estava enojada, mas sabia que tinha de o manter feliz, porque era o que Jeffrey e Ghislaine esperavam de mim”, relatou Giuffre, que anteriormente se chamou Virgínia Roberts.
“Aquilo deixou-me doente”, acrescentou a vítima do esquema de tráfico de menores montado por Jeffrey Epstein e por Ghislaine Maxwell, segundo ficou provado em tribunal.
Epstein foi acusado e condenado por abuso sexual e por tráfico de mulheres, várias das quais menores de idade, acabando por morrer na cela de uma prisão em Nova Iorque, em 10 de agosto passado, tendo o médico legista considerado a sua morte um suicídio.
Os seus advogados ainda hoje contestam as decisões judiciais contra o empresário, mas um juiz já determinou que, perante a morte de Epstein, são rejeitadas todas as outras acusações criminais.
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