O protesto foi promovido pela Associação Mulheres de Braga, (AMBRAGA), cuja presidente, Emília Santos, disse à Lusa que este é um "grito de revolta por mais uma decisão judicial que deixa as vítimas entregues à sua sorte".
"Não se compreende que um homem que abusa de uma filha de 15 anos seja deixado em liberdade, apenas com proibição de se aproximar das filhas e com pulseira eletrónica. Na prática, tanto a vítima como a irmã, ambas menores, ficam completamente expostas ao perigo", referiu.
Um homem de 44 anos foi detido no passado domingo pela Polícia Judiciária por suspeita de abusar sexualmente da filha de 15 anos, na casa em que viviam, em Braga.
Um juiz de instrução criminal no Tribunal de Braga aplicou-lhe, como medidas de coação, apresentações periódicas na PSP e proibição de se aproximar das filhas, a menos de 500 metros, uma medida controlada por pulseira eletrónica.
Em protesto contra estas medidas de coação, que considera "extremamente leves", a AMBRAGA colocou hoje à porta do tribunal centenas de brinquedos e de outros objetos relacionados com crianças, como mochilas, desenhos, livros, sapatilhas e bonecas.
Entre várias tarjas, destaca-se uma que refere "deixamos estes brinquedos como o senhor juiz deixou desprotegidas aquelas crianças".
"Queremos que o tribunal nos explique o porquê daquelas medidas de coação", disse Emília Santos, adiantando que a associação pretende ainda constituir-se assistente no processo.
A AMBRAGA não deixou passar em claro o que aconteceu na Atouguia da Baleia, em Peniche, onde foi hoje encontrado o corpo de uma menina de 9 anos, com a Polícia Judiciária a deter o pai e a madrasta da criança, por suspeita de homicídio.
"As leis brandas aplicadas continuam a fazer vítimas", referiu Emília Santos.
O movimento Mulheres de Braga foi criado em setembro de 2019, para combater a violência doméstica, depois da morte de uma mulher, degolada em frente ao tribunal da cidade, alegadamente pelo antigo companheiro.
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