Segundo Vítor Proença, a situação do abastecimento de água no concelho está neste momento controlada, embora as previsões para o verão apontem para um cenário “mais complicado” do que aquele que se verificou em 2022.
“Vamos implementar novamente o nosso plano de contingência, que determina uma série de condicionantes e de ativações de captações [de água] no terreno, de monitorização permanente, com uma equipa sempre a acompanhar a nossa atividade agropecuária, nomeadamente na zona da raia, que é uma zona mais seca”, adiantou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal do Sabugal.
O município reativou, em 2022, 14 captações de água no território e este ano tenciona reativar “mais umas seis ou sete”, logo que seja necessário disponibilizá-las aos agricultores.
A autarquia também irá realizar, mais uma vez, uma campanha de sensibilização da população para a utilização correta da água.
“Temos um conjunto de iniciativas que vamos pôr em prática”, assegurou o responsável.
Vítor Proença também salientou que a autarquia tem a decorrer um estudo de análise dos recursos hídricos, que apontará as medidas que podem ser aplicadas a longo prazo, que será apresentado “a quem de direito”, nomeadamente ao Ministério do Ambiente e à Agência Portuguesa do Ambiente.
O estudo “incide muito” sobre a água da albufeira da barragem do Sabugal, indicou, acrescentando que o município pretende posteriormente dialogar com as entidades que fazem a gestão do equipamento e com a Associação de Regantes da Cova da Beira.
A autarquia já manifestou vontade em fazer parte dos órgãos sociais da referida associação, para que haja “mais fiscalização” e para evitar que “não se vejam os abusos [de água] que têm vindo a acontecer nos últimos anos”.
A barragem, neste momento, não está com a sua capacidade máxima, mas apresenta um volume de armazenagem de 93%, o que significa que “está muito bem”.
“Mas sabemos que a partir do momento em que [os agricultores] começam a regar, a cota começa a descer abruptamente e também é isso que queremos que não aconteça e que se fixe uma cota máxima, a partir da qual não pode haver mais transvases”, salientou Vítor Proença.
O autarca do Sabugal assegurou à Lusa que o município está a “trabalhar em várias frentes” para que o efeito da seca não traga “tanta preocupação como no ano anterior”.
Apesar das previsões de seca para este ano, lamentou que a tutela ainda não tenha anunciado medidas, “nem tenha chamado os autarcas” para “tentar articular” uma estratégia para enfrentar a situação com os municípios.
O município do Sabugal aprovou em julho de 2022 a revisão do plano de contingência para água em situações de seca extrema, para “ajudar a controlar situações de emergência e minorar as respetivas consequências negativas”.
Segundo o município situado junto da fronteira com Espanha, o Plano de Contingência para Água em Situações de Seca Agrometeorológica Extrema do Concelho do Sabugal está consolidado em três pilares: prevenção, monitorização e contingência.
O referido plano visa “estruturar uma rede de abastecimento de água secundária para fins de apoio à atividade agropecuária em cenários de seca, bem como à rede logística de combate a incêndios florestais, nomeadamente através do aproveitamento de antigas infraestruturas de captação e disponibilização de água e de instalação de novos pontos de abastecimento”.
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