“A nossa preocupação é reabrirmos dia 20, adaptando-nos às normas de higienização e de proteção recomendadas para a pandemia, garantindo a segurança dos nossos visitantes e funcionários”, afirmou à agência Lusa Lubélia Gonçalves, presidente da direção do Grupo de Etnografia e Arqueologia da Lourinhã (GEAL), associação que tutela o museu, no distrito de Lisboa.

O Museu vai reabrir com três funcionários, mantendo-se os outros três com os contratos de trabalho suspensos.

A instituição recorreu, em 06 de abril, ao ‘lay-off’ total, para receber apoios do Governo, mantendo-se em ‘lay-off’ parcial depois da reabertura.

“Os funcionários têm os salários em dia, pagos a expensas do museu”, explicou, uma vez que a instituição ainda não recebeu os apoios do Governo, mas “espera que a situação seja regularizada” durante este mês.

O Museu encerrou em 14 de março.

Os efeitos criados pela pandemia na instituição vieram agravar a quebra de receitas dos últimos dois anos, decorrentes da transferência de grande parte do seu espólio paleontológico para o Parque dos Dinossauros, que abriu portas há dois anos no concelho.

O número de visitantes e de receitas de bilheteira reduziram 50% em 2019 face a 2016, antes da transferência da coleção paleontológica.

“Não foi uma surpresa, estada dentro das nossas estimativas, mas temos noção que o Dino Parque veio dar uma visibilidade maior ao nosso espólio, ao receber mais visitantes, por um lado, e estávamos a prever atividades para este ano para contrariar essa tendência”, sublinhou Lubélia Gonçalves.

As receitas que o Museu recebe por ano por cada visitante do Dino Parque foram investidas em projetos de investigação paleontológica.

Perante as dificuldades financeiras causadas pela pandemia, o Museu lançou uma campanha apelando à população que contribua com donativos, com 0,5% do seu IRS para a instituição, fazendo-se sócios, regularizando quotas para quem já for associado ou adquirindo artigos na loja virtual do Museu.

O Museu tem um orçamento anual que ultrapassa os 200 mil euros, metade dos quais é para salários.

A Lourinhã regista nove casos de infeção confirmados, mas nenhum se encontra ativo.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 286 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

Portugal contabiliza hoje 1.163 mortos associados à covid-19 em 27.913 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Relativamente a segunda-feira, há mais 19 mortos (+1,7%) e mais 234 casos de infeção (+0,8%).