Em comunicado, os artistas salientaram que a aprovação da classificação do Stop como imóvel de interesse municipal pela Câmara Municipal do Porto “poderá ser um marco significativo” na preservação do espaço, mas alertaram que aquela tem de resultar em “ações concretas” no sentido de “assegurar de imediato” a segurança e a continuidade da comunidade no local.
“É e será essencial estabelecer-se um entendimento imediato e o maior contacto possível entre a Câmara Municipal do Porto, o condomínio e os proprietários do edifício com todos os membros dessa mesma comunidade artística e dos lojistas”, frisaram.
Por isso, os músicos do Centro Comercial Stop consideraram que “urge” acelerar todos os processos para a reposição dos requisitos mínimos para o funcionamento seguro daquele espaço cultural após as 23:00.
Na nota de imprensa, os artistas recordaram que há, diariamente, um corpo do Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto, constituído por cinco elementos, destacados para permanecer com um carro em frente à porta do centro comercial entre as 11:00 e as 23:00.
O executivo da Câmara do Porto aprovou na segunda-feira, por unanimidade, avançar com a classificação do Stop como imóvel de interesse municipal, que implica legalmente a constituição de uma zona geral de proteção de 50 metros.
A aprovação do início do procedimento de classificação implica, ao abrigo da Lei de Bases do Património Cultural, a constituição de uma zona geral de proteção de 50 metros.
Os músicos recordaram que os problemas da falta de manutenção do Stop “não são novidade alguma”, por isso, apelam a uma “ação urgente” do município e dos proprietários por considerarem que ambos “têm a responsabilidade, e até o dever”, de colaborar para que seja possível estabelecer e fazer cumprir esses requisitos mínimos de segurança necessários “o quanto antes”.
“Pois que, tendo em conta as atuais circunstâncias, os músicos e artistas não podem deixar de apelar a uma maior celeridade da Câmara Municipal do Porto e dos proprietários do edifício no planeamento e execução urgente de obras mínimas de manutenção do edifício que permitam mitigar os riscos já conhecidos e assinalados”, vincaram.
O Stop, onde maioritariamente funcionam salas de ensaio e estúdios, viu a maioria das suas frações serem seladas em 18 de julho, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir, mas reabriu a 04 de agosto, com um carro de bombeiros à porta.
O Stop vai continuar a funcionar por tempo indeterminado na sequência de uma providência cautelar interposta pelos proprietários à decisão da câmara de encerrar o edifício, confirmou a 22 de setembro o presidente da Câmara do Porto.
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