“Há medicamentos utilizados em oncologia que têm efeitos adversos, por exemplo, sobre o coração. Se forem metidos numa cápsula muito pequenininha, que só vai para dentro do tumor, o efeito desse medicamento tem muito menos oportunidade de fazer mal ao coração”, explicou à Lusa.
Falando no Instituto Ibérico de Nanotecnologia (INL), à margem de uma conferência integrada no Nano World Cancer Day 2018, um evento que é realizado em simultâneo em 10 países, Lúcio Lara Santos sublinhou que a nanomedicina “é um caminho em franco progresso”.
“Reduz os efeitos colaterais dos medicamentos e vai mudar completamente o paradigma do tratamento atual do cancro”, reiterou aquele médico do Instituto Português de Oncologia.
Lembrou que em causa estão cápsulas “muito mais finas que um cabelo” e que são libertam o medicamento “apenas no tumor, não causando dano nos tecidos normais e diminuindo, assim, os efeitos adversos”.
“Vai mudar a luta contra o cancro, porque é um ataque muito mais dirigido”, disse.
Segundo aquele especialista, já existem “dois, três ou quatro” medicamentos “que foram metidos numa cápsula nano e que tratam as doenças oncológicas.
Em estudo estão, entretanto, mais de 150 novas formulações do género, entre medicamentos e partículas que podem ajudar a fazer o diagnóstico.
Para Lúcio Lara Santos, a nanomedicina vai ser igualmente “fundamental” para a realização de diagnósticos “muito mais precoces”.
“Estão a ser estudadas nanopartículas que permitirão fazer diagnósticos muito mais precoces. Estão em fase de testes nos laboratórios”, acrescentou.
Lúcio Lara Santos que em Portugal está neste momento em investigação um aparelho que conseguirá capturar células tumorais circulantes.
A investigação envolve o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) e o Instituto Ibérico de Nanotecnologia.
"A nanomedicina abre perspetivas importantes e crescentes em todo o mundo de um muito mais eficaz combate ao cancro", rematou Lúcio Lara Santos.
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